Após passagem pela formação do Benfica, 'Rei Carlos' no trono madeirense

Nascido e criado na Figueira da Foz, teve formação em vários clubes locais, casos de Buarcos, Naval e Cova Gala. A sua habilidade desde muito cedo que veio ao de cima e daí a rumar a Lisboa foi um tirinho. Esteve duas temporadas no Benfica, ingressando, depois na UD Leiria, onde concluiu o processo de crescimento futebolístico e logrou a estreia nos grandes palcos. Falamos de Carlos Daniel, um criativo que do meio-campo para a frente pode jogar... em qualquer posição. E sempre com elegância.

A caminhada sénior ainda lhe deu uma passagem pelo Tourizense, mas em 2013/2014 tinha reservado o (primeiro) bilhete para a Madeira. Era só o início...

Jogou maioritariamente na equipa B do Marítimo, mas nunca deixou de espalhar magia. E nesses momentos até merecia mais oportunidades na elite verde-rubra. Não as tendo, voltou ao Continente e confirmou tudo o que se lhe conhecia: 37 jogos, 12 golos e duas assistências. Vestiu, depois, as camisolas de Fátima, Beira-Mar e Mafra, rumando, na época 2021/2022 à primeira (e única, até ao momento) experiência no estrangeiro, alinhando nos polacos do Wisla Pulawy.

Tanto cá como lá, era mais do mesmo: velocidade pelos corredores, qualidade de definição no último terço, criador de momentos ofensivos a partir de zonas centrais da intermediária e chegadas a zonas de finalização para faturar. Porque Carlos Daniel foi sempre um criativo por natureza, mas golo também nunca lhe faltou.

Voltaria à Pérola do Atlântico no início da campanha 2022/2023, mas, dessa feita, para servir o Nacional. E na Choupana viveu duas das melhores temporadas da carreira, contabilizando 83 partidas, apontando 16 tentos e realizando 11 passes certeiros.

Com marca registada nos dois maiores emblemas do Funchal, o virtuoso figueirense como que assentou arraiais no trono madeirense e passou a ter direito ao estatuto de Rei Carlos. Porque tudo o que faz em campo parece ser soberano.

Atualmente com 31 anos, Carlos Daniel junta maturidade à tremenda irreverência que sempre demonstrou por esses relvados fora. Está, pode dizer-se, mais refinado. E se o Marítimo está declaradamente na luta pela subida de divisão, em muito se deve ao contributo do camisola 28.

Quando joga em terrenos interiores, pauta o jogo ofensivo com a mestria que vem do berço, mas a sua amplitude é tremenda e permite-lhe, não vastas vezes, ser muito mais um segundo avançado do que propriamente um médio-ofensivo. E se atuar pelas alas, nomeadamente pela esquerda, tem o dom de fugir às marcações para criar situações de desequilíbrio. Da Figueira ao Funchal, Carlos Daniel é uma pérola... do Atlântico.

Não é Cristiano, claro, mas também é Ronaldo. Lumungo, no caso. O extremo são-tomense é uma das almas do ataque do Paços de Ferreira, tendo sempre uma réstia de velocidade para colocar uma mudança abaixo e empurrar a equipa para a frente.

Os corredores são a sua praia, porque nos flancos pode usufruir da profundidade, para galgar metros, mas também trazer ao de cima os seus atributos nos lances de um contra um.

Está na segunda temporada ao serviço dos castores (totaliza 50 jogos, seis golos e três assistências) e aos 24 anos ainda tem passada (larga) para bem mais...

O criativo argentino parece estar de volta aos melhores tempos. Lucho Vega tem muito futebol nos pés e consigo na equipa a UD Leiria apresenta um futebol mais perfumado.

O sul-americano, de 26 anos, já leva 10 jogos (um golo) na presente temporada, mas os seus registos individuais devem sempre ser analisados não só pelo que joga, mas, e acima de tudo, pelo que faz jogar o coletivo.

Sempre de cabeça levantada, o camisola 17 tem uma qualidade de passe acima da média e parece pensar antes dos adversários. Se estiver bem fisicamente, é uma clara mais-valia para os unionistas.

Chegado esta época a Trás-os-Montes, proveniente do Estrela da Amadora, Marko Gudzulic soube esperar pela oportunidade.

O dono da baliza do Chaves era o veterano Vozinha, mas o sérvio respondeu com categoria quando foi chamado e assumiu o lugar entre os postes.

Jogou para a Taça de Portugal com Paredes (2-0) e Benfica (0-2), mas nos últimos três jogos da Liga 2 agarrou-se ao momento e demonstrou toda a sua qualidade. Tanto dentro dos postes, onde é extremamente ágil, como fora deles, porque é rápido a sair aos cruzamentos. E nestes três jogos... não sofreu golos. É um... Marko.

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