Conrad Harder e Viktor Gyokeres celebram vitória do Sporting sobre o Gil Vicente, na 32.ª jornada da Liga 2024/2025
Conrad Harder e Viktor Gyokeres celebram vitória do Sporting (Foto MIGUEL NUNES)

O Sporting-Gil foi o jogo do título. Ou o FC Porto-Benfica. Ou talvez seja o SC Braga-Benfica...

O dérbi pode decidir o campeão, mas só porque outros 32 encontros, vezes dois, criaram condições para isso

Se o Sporting for campeão no próximo sábado, na Luz, será esse o jogo do título? Sim, será, porque seria esse no qual ganharia o título. Mas vale três pontos, os mesmos três pontos que o leão tirou do fundo da alma, na noite de domingo, contra o Gil Vicente, com uma reviravolta incrível que lhe permite poder ir discutir a conquista do campeonato já na próxima jornada.

Nada estaria perdido, tirando o jogo, se o golo de Félix Correia, de penálti, no único remate do Gil em toda a partida, tivesse sido o único na noite deste domingo em Alvalade. O Sporting continuaria a depender de si próprio para ser campeão. Mas há uma diferença enorme entre ir à Luz podendo resolver já as contas, com uma vitória, e ir à Luz obrigado a vencer e na semana seguinte não poder desperdiçar pontos na receção ao Vitória de Guimarães.

Por isso, custa-me um bocadinho que se fale no dérbi de sábado como jogo do título. Tecnicamente pode sê-lo, se o Benfica vencer por dois ou mais golos ou o Sporting ganhar por qualquer parcial. Mas para chegarmos aí, ficaram 32 jornadas para trás, com altos e baixos e outros jogos que criaram o cenário fantástico que vamos viver. E se o Benfica triunfar por um golo ou o Sporting empatar, não passam os jogos com SC Braga e Vitória, respetivamente, na última jornada a serem os jogos do título?

Aceito que o peso dum dérbi é diferente. Até matematicamente. Para um vencer, o outro tem de perder. E mesmo que empatem, o jogo da 33.ª jornada decidirá quem fica com vantagem no confronto direto — nesse cenário de empate, será o Sporting, deixando o Benfica de depender de si próprio para ser campeão, e ficando obrigado a fazer mais pontos que o rival na última jornada; se Eduardo Quaresma não tivesse marcado, ontem, no terceiro minuto de compensação, o empate na Luz daria na mesma vantagem ao Sporting no confronto direto, mas seria o leão a ficar obrigado a vencer e a esperar que a águia escorregasse na última ronda da Liga.

Atendendo às dificuldades que o Sporting sentiu para ultrapassar o Gil Vicente, ou ao empate do Benfica com o Arouca na ronda 29 (com golo sofrido no quinto minuto da compensação — terá sido esse o jogo do título, o que deixou o empate no dérbi como vantagem para os leões?...), considerar que quem sair da Luz com vantagem, mas sem o troféu na mão, vai ser campeão parece-me arriscado, e um enorme desrespeito para SC Braga e Vitória...

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