Cassiano foi preponderante para a temporada positiva do Casa Pia, com 10 golos marcados na Liga. Copyright: Maciej Rogowski/IMAGO - Foto: IMAGO

«O Cassiano faz de cada lance o último da vida dele»

Com dez golos marcados, Cassiano foi protagonista de uma época histórica para os gansos na Liga; Álvaro Pacheco, que o orientou no Vizela e no Estoril, enaltece as suas qualidades humanas e também desportivas

O Casa Pia alcançou em 2024/25 uma das melhores épocas da sua história – bateu, inclusivamente, o seu recorde de pontos em participações na Liga – e, para tal, muito se deve aos 10 golos marcados por Cassiano, melhor marcador da equipa e uma das referências do plantel.

Para avaliar o avançado não haverá alguém mais habilitado que Álvaro Pacheco, que o orientou em dois períodos diferentes: entre 2020 e 2022, no Vizela e entre 2023 e 2024 no Estoril, apenas separadas por uma curta passagem pelo Al Faisaly, da Arábia Saudita.

«Começo sempre por dizer, quando falo do Cassiano, que sou suspeito porque criámos uma amizade muito grande, que não é uma relação de treinador-jogador, acho que é de amigo para amigo ou de pai para filho», reconhece o técnico.

«Tenho uma relação muito forte com ele, é mesmo especial. O Cassiano é uma pessoa excecional, divertida, passa uma energia positiva, está sempre feliz e faz com que as pessoas que estão à sua volta sejam felizes pela sua envolvência, a sua capacidade de ser assim», caracteriza, aludindo depois ao conhecido episódio ocorrido quando ambos trabalhavam no Estoril e, em julho de 2023, o brasileiro celebrou um golo marcado ao Paços de Ferreira, pela Taça da Liga.

Nesse encontro, Cassiano marcou o segundo golo do triunfo dos canarinhos (2-0), tirando ao treinador a boina que o caracteriza para a colocar na sua própria cabeça e Álvaro Pacheco recorda esse momento de cumplicidade com um sorriso.

«Acho que representa a união que nós temos. Eu sou lutador e também gosto de me relacionar e criar uma ligação com os jogadores porque acho que nós, treinadores, vivemos dos jogadores e da forma como fazemos com que eles se apaixonem pelas nossas ideias e convicções e isso aconteceu com o Cassiano. Houve uma empatia muito grande com a minha maneira de ser, a minha liderança e o que passava para os meus jogadores na forma como ele também se identificou enquanto jogador e homem», considera o antigo líder e, hoje, amigo pessoal do goleador do Casa Pia.

No plano desportivo, o técnico de 53 anos demonstra o mesmo apreço pelo atleta. «Desportivamente o Cassiano é um jogador à minha medida: é um guerreiro, um jogador que em todos os treinos, todos os jogos, dá tudo, entrega-se. Encara cada treino, cada lance como fosse o último da vida dele», finaliza, mostrando-se certo de que os gansos ainda beneficiarão por muito tempo das suas qualidades.