Treinador do Sporting fez a antevisão do jogo com o Estrela da Amadora, em Alvalade

Número redondo, gestão de 'azias' e a Champions... que é o campeonato : tudo o que disse Rui Borges

Treinador do Sporting não quer ninguém a pensar no dérbi com o Benfica nem na ida a Munique. Foco total no Estrela da Amadora

- No regresso aos jogos da Liga que Estrela da Amadora espera, depois de início de época um pouco intermitente, que tem num defesa, Sidny Cabral, o melhor marcador?

- É uma equipa bastante competitiva. Um treinador novo, à procura da sua melhor identidade e ideia de jogo. Uma equipa com linha de cinco a defender e três a construir, agora mais recentemente tem optado por uma linha de quatro, talvez seja a ideia com que o seu treinador está mais identificado. Vem de uma vitória e um empate, mais moralizada, teve algum tempo com a paragem para trabalhar melhor as dinâmicas. Dentro do que foi o início de campeonato não começaram tão bem, deve ter sido a segunda equipa que mais foi ao mercado, muito jogador novo e mais dificuldade para ir ao encontro da ideia jogo. É a segunda equipa com mais bolas longas, eficaz nos cruzamentos. Dentro daquilo que são as suas qualidades e identidade vai-nos tentar criar alguns perigos e problemas, temos de estar preparados para isso. Apesar de tudo é uma equipa que concede poucas oportunidades ao adversário, temos de manter a nossa energia e capacidade de qualidade de jogo que temos vindo a apresentar, dar essa continuidade e conseguir os três pontos, que é isso que queremos muito.

- Vai cumprir 50 jogos amanhã, como analisa o período de quase um ano desde que assumiu o comando técnico?

- A marca deixa-me feliz. 50 jogos é um número redondo daquilo que é ser o líder de um grande clube, uma grande equipa. Valoriza o nosso trajeto enquanto equipa técnica e isso deixa-me feliz. Deixa-me ainda mais feliz tudo o que fomos capazes nestes 50 jogos: sermos bicampeões, ganhar a Taça de Portugal, conseguir, aos poucos, metendo aquilo que é a nossa imagem enquanto equipa técnica. Dita muito do que foi a nossa capacidade de trabalho. É algo que me motiva, pelos menos, a mais 50 jogos à frente do Sporting. Continuar a ser feliz como tenho sido e dar seguimento ao trabalho, o trabalho responde sempre por nós.  

- Volta a ter Pedro Gonçalves em vésperas do dérbi e do encontro com o Bayern Munique.

- Está convocado, vamos perceber dentro daquilo que o podemos utilizar ou não, não o expor a coisas que não esteja confortável. Está a cem por cento, convocado, é tomar a melhor decisão, seja de início ou a entrar, é um jogador muito importante para o grupo, tem feito um início de época fantástico. Que volte como estava, até porque a paragem não foi muito longa, felizmente, porque a equipa precisa dele, é uma referência para todos nós, mesmo para os adversários, acaba por ser uma referência do seu valor, qualidade individual e coletiva do Sporting, é um jogador importante para nós.

- Tendo em conta o dérbi e a ida a Munique teve cuidado em passar alguma mensagem especial aos jogadores. Se fossemos os seus jogadores o que é nos dizia?

- A mensagem é Estrela da Amadora. É essa. Não falámos de absolutamente mais nada, é o próximo jogo. Como o Pote dizia há dias, a nossa Champions é o campeonato. Fizemos um belíssimo jogo para a Champions, conseguimos o objetivo dos três pontos, mas foi só um jogo. Agora é focar no Estrela. O que é pedido, e o que é discurso é Estrela da Amadora apenas e só, e não se fala em absolutamente em mais nada.

- O Sporting marca há 30 jornadas consecutivas e há 90 em Alvalade. O caudal ofensivo é o ponto forte da equipa? Recebeu Pedro Gonçalves no treino com um enorme sorriso, é o seu ás de trunfo, o melhor marcador, atira Quenda para o banco?

- Recebo todos os jogadores com um sorriso. Eles merecem, por serem aquilo que são como jogadores e pessoas. O dia a dia na Academia é muito leve, muito feliz. O Pote irá jogar, o Quenda irá jogar. Estão todos preparados para dar resposta, independentemente se seja 90 minutos ou menos de 90 minutos, o que for. Eles respeitam-se muito uns aos outros e isso é muito bom para mim enquanto treinador. Facilita muito o meu trabalho naquilo que é lidar, às vezes, com pequenas azias [risos], que existem muito no futebol, ainda para mais com jogadores que estão num patamar tão alto, é natural que a exigência individual deles queiram jogar sempre os 90 minutos. Nós, enquanto líderes, temos de saber lidar com isso da melhor forma, mas esse respeito que existe no grupo ajuda muito a controlar isso. O Quenda também pode jogar por fora, tem dado resposta em todas as posições que lhe temos pedido. Feliz nesse aspeto, pelo crescimento dele enquato atleta nesse sentido. Caudal ofensivo? É uma equipa grande. Somos campeões nacionais e, naturalmente, com Rui Borges ou outro treinador, irá ter um caudal ofensivo maior do que o normal face a quase todas a equipas. Importante é perceber que temos de continuar nessa senda e melhorar nisso. Tenho tido esse crescimento, perceber onde estamos e de que forma podemos melhorar, tornar esse caudal ofensivo mais eficaz e mortífero e, claro, a parte do equilíbrio, para não estarmos tão expostos às armas do adversário. É algo que define um clube grande, resta-nos a nós, treinadores, fazer crescer o individual e o coletivo.  

- Esta semana terá havido 'mosquitos por cordas' nos bastidores dos três grandes devido à calendarização dos jogos. A Liga já divulgou o calendário até ao final da primeira volta, está satisfeito com as datas do Sporting até final do ano e que importância isso pode ter para a concretização de objetivos?

- Não se trata de estar satisfeito. O calendário tem uma Comissão permanente para isso. Foi definido o calendário. Já jogámos nem 48 horas depois para a Taça da Liga e não nos queixámos, tão simples quanto isso. O calendário é isto. O FC Porto adiou o seu jogo, tem mais um joga agora. Nós, lá atrás, fizemos um jogo sem descanso, mudámos 11 jogadores, felizmente fomos capazes e demos resposta. É arranjar soluções e olhar de forma positiva. Os jogadores querem é jogar. Se perguntarem aos jogadores se eles querem jogar de dis em dois dias, querem jogar, não querem treinar. O mister pô-los a correr sem bola, não, querem é jogar.