Sporting: Rui Borges 'cinquentenário' em alta

«O melhor presente de Natal», foi assim que Rui Borges se referiu ao facto de assumir o comando técnico do Sporting, a 26 de dezembro de 2024. Estreou-se três dias depois, em Alvalade, com uma vitória frente ao Benfica (1-0). Passado quase um ano, o treinador de Mirandela chega, este domingo, aos 50 jogos de leão ao peito, na receção ao Estrela da Amadora.

Aos 44 anos, nove depois de ter terminado a carreira de jogador, num ápice Rui Borges saltou do Campeonato de Portugal até um grande, tendo sempre deixado marca positiva. Recorde-se que se estreou no comando técnico no clube da terra, Mirandela, seguindo-se Académico de Viseu, Académica, Nacional, Vilafranquense, Mafra, Moreirense e Vitória de Guimarães antes de chegar ao Sporting.

Em Alvalade pegou numa equipa despedaçada (após a saída de Ruben Amorim e o consulado falhado de João Pereira) a que, aos poucos, foi dando cunho pessoal. Sagrou-se campeão nacional, conduzindo os verdes e brancos a tão ansiado bi — que fugia ao Sporting há já sete décadas —, não só cumpriu o sonho de estar numa final da Taça de Portugal no Jamor como a conquistou e, agora, tem dado cartas nos palcos da UEFA Champions League.

O Sporting versão 2025/2026 é, sem dúvida, moldado à sua imagem. Contra vozes de discórdia não abdicou de implementar o seu 4x2x3x1, quebrando amarras a um passado em que a linha de três defesas reinava, e, diga-se, os resultados estão à vista.

Rui Borges torna-se cinquentenário de leão ao peito na melhor fase. A equipa está envolvida em todas as frentes: 2.º lugar na Liga (a três pontos do líder), oitavos de final da Taça de Portugal, final four da Allianz Cup e em 8.º na fase regular da Champions.

Mas, vamos a números para melhor compreender o que tem sido o caminho trilhado na era Rui Borges no Sporting. Em 49 jogos registam-se 33 vitórias, 10 empates e seis derrotas, foram 106 os golos marcados (média de 2,16 por jogo) e 42 os sofridos, sendo ainda de realçar que o treinador mantém invencibilidade na condição de visitante nas competições domésticas — perdeu a Supertaça, com o Benfica, no primeiro jogo oficial da época, que se realizou em campo neutro — e alcançou série de cinco vitórias consecutivas em casa (tinha quatro).

Rui Borges tem elogiado frequentemente a equipa, ainda agora, após a vitória na receção ao Club Brugge (3-0), realçou a maturidade, seriedade e que é «nestes jogos que se veem as grandes equipas».

Foi conquistando a confiança dos adeptos com resultados e depressa sentiu o carinho vindo das bancadas, e não só. No último Carnaval tornou-se viral o disfarce do menino Lourenço: cabelo grisalho, barba, braçadeira de treinador e um colete, tal como o da sorte utilizado pelo técnico, que fez questão de partilhar a imagem nas redes sociais: «Obrigado de coração, Lourenço, espero brevemente poder conhecer-te pessoalmente.»

É pouco comum a caça ao autógrafo dos treinadores, mas não com Rui Borges, que à porta da Academia de Alcochete é muito solicitado e no jogo em Tondela não teve mãos a medir face às solicitações. «Se ficar aqui dez anos, sou o treinador mais feliz do mundo», afirmou recentemente.

Rui Borges tem sido agraciado com vários prémios no universo leonino e perfila-se para receber o mais prestigiado, um Stromp, na categoria treinador do ano, numa cerimónia que está agendada para 15 de dezembro.

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