Nasceu nos Açores, andou pelo Vietname e foi o herói da subida do Remo ao Brasileirão

A vida dá muitas voltas, em especial no futebol. E o regresso do Remo ao Brasileirão, carimbado ontem com uma vitória (3-1) sobre o Goiás, trouxe de volta à ribalta um... português.

João Pedro Sousa Silva, nascido há 29 anos em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, nos Açores, bisou no triunfo decisivo do emblema sediado em Belém do Pará, ao qual chegou sem ponta de mediatismo, no final de agosto.

«Foi fácil [dizer sim ao Remo]. Tentei informar-me e, com as indicações que obtive, não tinha como dizer não», assinalou, na chegada ao Brasil, o ponta de lança, que desde então anotou quatro golos e fez uma assistência em 13 partidas pelo Remo, que andava arredado do principal escalão canarinho desde... 1994, ainda João Pedro não tinha nascido.

E o percurso do futebolista luso-guineense — tem duas internacionalizações pela Guiné-Bissau — também tem que se lhe diga, com uma impressão digital de relevo não só neste cantinho à beira-mar plantado, mas também fora de portas. João Pedro deu os primeiros toques na bola no União Micaelense, dos Açores, antes de saltar para a formação do Santa Clara. Foi aí que se estreou como sénior, antes de se mudar para o continente.

Atuou no Gil Vicente, no Trofense, no Vitória de Guimarães e no Paços de Ferreira e, em 2022, decidiu lançar-se para o desconhecido, assinando pelo Bursaspor, da Turquia. Passou pelos gregos do Panetolikos e, no ano passado, optou por um destino exótico: o Vietname, onde representou o Ha Noi com sucesso — nove golos em 23 partidas.

Em agosto, porém, o Remo chamou-o e João Pedro aceitou novo desafio. Agora, colhe os frutos dessa aposta e prepara-se para tentar brilhar no mais alto patamar do futebol brasileiro.

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