Miguel Oliveira despediu-se do MotoGP. Foto: IMAGO
Miguel Oliveira despediu-se do MotoGP. Foto: IMAGO - Foto: IMAGO

Miguel Oliveira despede-se do MotoGP com uma exibição em crescendo

Piloto português partiu da 17.ª posição e terminou no 11.º lugar. Almadense segue agora para as Superbikes

Após seis anos no MotoGP, Miguel Oliveira despediu-se, este domingo, da categoria rainha do Campeonato do Mundo de velocidade com uma boa exibição, no Grande Prémio de Valência. O piloto da Prima Pramac partiu da 17.ª posição - inicialmente, ia sair do 18.º posto, mas graças a um acidente de Franco Morbidelli (VR46 Ducati) ainda antes do início da corrida, subiu uma posição - e terminou no 11.º posto, a 19 segundos do vencedor Marco Bezzecchi (Aprilia).

A qualificação e o sprint não correram de feição ao português, mas o arranque da corrida principal mostrou que o almadense queria despedir-se do MotoGP em grande. Na primeira volta, Oliveira conseguiu afastar-se dos problemas - nomeadamente, do acidente de Peco Bagnaia (Ducati) - e conquistou logo várias posições, chegando ao 14.º lugar.

Com fome de alcançar a melhor posição possível, o português continuou a sua ascensão, subindo até ao 12.º posto, antes de Joan Mir (Honda) reclamar a posição, pouco tempo depois. Ainda assim, Oliveira não desanimou. Sempre na perseguição ao 12.º - primeiro, Mir e, mais tarde, Fabio Quartararo (Yamaha) - o piloto luso manteve o ritmo e acabou por colher os frutos.

A duas voltas do final, o francês caiu, permitindo a Miguel Oliveira subir mais um lugar. Mas havia tempo para mais. Numa demonstração de perserverança, o português foi buscar a 11.ª posição, vingando-se de Mir e ultrapassando-o, na 26.ª e penúltima volta.

Em termos de classificação geral, Miguel Oliveira ficou na 20.ª posição, com 43 pontos.

Bezzecchi dominou por completo

Na frente da corrida, o destaque vai para Marco Bezzecchi. O italiano, que venceu o Grande Prémio de Portugal, na semana passada, fez o bis com uma exibição dominante. Partindo da pole position, o piloto da Aprilia nunca largou o primeiro lugar.

Álex Márquez (Gresini), primeiro, e Raúl Fernández (Trackhouse Aprilia), depois, ainda tentaram discutir a corrida, mas nunca colocaram em causa a vitória de Bezzecchi, que somou o quinto triunfo da época, com um tempo de 40:52,458 minutos.

Após uma luta intensa pelo último lugar do pódio, Di Ginnantonio (VR46 Ducati) levou a melhor sobre Pedro Acosta (KTM), com o Álex Márquez a ser a grande desilusão, tendo terminado no sexto lugar, quebrando na fase final.

Um ponto final para Miguel Oliveira

Está assim encerrado um capítulo histórico para o motociclismo português. Aos 30 anos, e após 247 presenças no Mundial de velocidade, o piloto da Yamaha coloca um ponto final na sua passagem pela categoria rainha, preparando-se agora para abraçar um novo desafio no Mundial de Superbikes.

O Grande Prémio de Valência marcou simbolicamente a despedida de um percurso que começou em 2019 na elite do motociclismo mundial, mas cuja semente foi lançada muito antes, nas categorias de formação. No total das três classes — Moto3, Moto2 e MotoGP — Oliveira acumulou 17 vitórias, 41 pódios e cinco pole positions, números que fazem dele o piloto mais bem-sucedido da história de Portugal no Mundial.

No MotoGP, registou cinco triunfos, incluindo o inesquecível êxito em Portimão em 2020, perante o público português, além de sete pódios e uma pole position.

A temporada de despedida, porém, ficou marcada por dificuldades. Uma lesão nos ligamentos do ombro direito, sofrida na segunda corrida do ano, na Argentina, afastou-o das provas nos Estados Unidos, Qatar e Espanha. As limitações físicas acabaram por comprometer o arranque da época e, mais tarde, levaram a Yamaha a não acionar a opção de o manter por mais uma temporada. Suguem-se as Superbikes na carreira do Falcão, que promete continuar a voar.