Mesmo que não Sequeira jogar com 10 é mais difícil (crónica)
Há quem defenda a tese que jogar contra 10 chega a ser mais complicado, mas o facto indesmentível é que as equipas que ficam em inferioridade numérica têm sempre mais dificuldades do ponto de vista estratégico. A entrega dos jogadores pode ser intocável, mas a grande verdade é que passa a ser uma luta desigual.
Pelo exposto, é absolutamente inegável a constatação: o Alverca beneficiou da expulsão de Patrick Sequeira e teve o mérito de saber jogar em superioridade durante toda a segunda parte.
E a crónica desta partida só não começa pela... etapa complementar, porque a fechar o primeiro tempo houve dois lances dignos de registo. Os únicos dois, diga-se em abono da verdade. Porque os primeiros 45 minutos foram, apenas e só, intensos. A espetacularidade não marcou presença em Rio Maior. E se nesse período o Casa Pia não fez um remate enquadrado, o Alverca apenas por uma vez criou perigo junto da baliza contrária. Mas o tiro de Lincoln levava pontaria... a mais e esbarrou no poste direito (45').
Até que, pouco depois, surgiu o momento que haveria ser revelar-se decisivo: Francisco Chissumba fez um passe de rotura (de trivela!) a isolar Cedric Nuozzi, com o avançado belga a ser travado à margem das leis por Patrick Sequeira, ainda fora da área. O internacional costa-riquenho foi, naturalmente, expulso e os casapianos ficavam em maus lençóis.
Ricardo Batista — que se estreou da presente edição do campeonato, isto depois de na semana anterior ter somado os primeiros minutos da época no triunfo (3-0) sobre o Alpendorada, para a Taça de Portugal — foi lançado em jogo (Cassiano foi o sacrificado) e na segunda parte ainda deu conta do recado por ocasião dos remates de Alex Amorim (54' e 62').
Mas o veterano guarda-redes dos gansos nada pôde fazer quando Lincoln lhe apareceu à frente para dar o melhor seguimento a uma assistência perfeita de Sandro Lima (76'). Estava aberto o caminho para o triunfo dos forasteiros.
Os casapianos ainda esboçaram uma reação, mas o poste também foi inimigo de Fahem Benaissa (79').
Ricardo Baixinho agradeceu ao VAR e reverteu um penálti que tinha assinalado a favor dos ribatejanos, mas pouco depois decidiu bem ao anular o golo a Marezi. Mas o sérvio marcaria mesmo, no último suspiro: cabeceamento certeiro após cruzamento de Nabili Touaizi.
O Casa Pia prolonga o jejum caseiro, o Alverca volta a sorrir quase dois meses depois e respira agora um pouco melhor na tabela.
Gonçalo Brandão (treinador do Casa Pia):
A expulsão alterou um pouco a estratégia. Mas tenho muito orgulho no que os jogadores fizeram, tanto com 11 como com 10. Acabámos por sofrer um golo depois de uma boa jogada do Alverca. Os jogadores estão a acreditar no processo e é esse o caminho, continuar a trabalhar para inverter esta série.
Custódio Castro (treinador do Alverca):
A primeira parte foi equilibrada. O momento do jogo é a expulsão, mas o que facilitou foi a nossa segunda parte, onde fomos claramente superiores. A vitória é totalmente justa. Ainda estamos muito longe da manutenção, mas vamos continuar a trabalhar para resolvermos os nossos problemas, é essa a mentalidade.
As notas dos jogadores do Casa Pia:
Patrick Sequeira (3), Kaique Rocha (5), José Fonte (5), André Geraldes (5), Larrazabal (5), Seba Pérez (5), Rafael Brito (5), Abdu Conté (5), Jérémy Livolant (5), Cassiano (4), Kelian Nsona (5), Ricardo Batista (6), Fahem Benaissa (5), Renato Nhaga (5), Dailon Livramento (5) e Tiago Morais (-).
As notas dos jogadores do Alverca:
André Gomes (5), Naves (5), Sergi Gómez (5), Meupiyou (5), Nabili Touaizi (6), Sabit (5), Alex Amorim (6), Francisco Chissumba (6), Lincoln (7), Sandro Lima (6), Cedric Nuozzi (6), Julián Martínez (5), Marezi (7), Figueiredo (-), Davy Gui (-) e Isaac James (-).