Mercado, para que te quero?
Rúben Semedo, Eustáquio, Galeno, Otávio, Tomás Pérez e William Gomes. Matheus Reis, João Pereira, Paulinho, Slimani, Edwards, Tanlongo, Bellerín, Diomande, Rafael Pontelo, Koba Koindredi, Rui Silva e Biel. Lucas Veríssimo, Gonçalo Guedes, Tengstedt, Schjelderup, Carreras, Rollheiser, Prestianni, Marcos Leonardo, Belotti, Dahl, Bruma e Manu.
Estes foram os reforços de FC Porto, Sporting e Benfica, respetivamente, nas cinco janelas anteriores de inverno. Existem casos de sucesso evidente, como Galeno, Diomande ou Carreras, mas é justo dizer que, por cada contratação feliz desta lista, existe um fracasso tremendo para a troca. Basta pensar em Tomás Pérez, Rafael Pontelo ou Tengstedt.
Alguns negócios devem ser relativizados — soluções de empréstimo ou investimentos baixos —, mas as contas não devem falhar se concluir que a taxa de acerto no mercado de inverno, entre os três ricos do futebol português, não será superior a 50 por cento. Claro que as transferências não podem ser analisadas pela ditadura da folha de excel, mas os (principais) clubes portugueses caem muitas vezes no erro de ir ao supermercado com fome.
O FC Porto foi primeiro também nas compras, ao avançar para um nome de peso, Thiago Silva, que será tudo menos custo zero, mas para deixar claro que a estrutura não quer facilitar naquele que foi o grande upgrade da equipa: a solidez defensiva. Pietuszewski é nome de investimento a longo prazo, falta saber se chegará alguém para preencher o lugar de Luuk de Jong como principal alternativa a Samu, o jogador mais difícil de substituir no onze habitual.
O Sporting dá prioridade a um extremo, talvez até dois, mas nenhum rival tem tanta profundidade no plantel. Talvez a maior necessidade seja um médio, tendo em conta a situação contratual de Morita e o rendimento mediano de Kochorashvili.
O Benfica, com Sidny Lopes Cabral já oficializado e André Luiz bem encaminhado, mostra que a aposta no mercado interno é para seguir, apesar da infelicidade com Manu e Bruma, recrutados há um ano. A estratégia faz ainda mais sentido nesta altura, mas estamos perante o cliente mais esfomeado do supermercado. A dúvida nem está propriamente na qualidade daquilo que é comprado, antes na necessidade daquilo que se leva, até porque continua a ser difícil perceber aquilo que é pretendido.
Que abra a janela novamente.