Selecionador não gostou da defesa sobre a bola na 1.ª parte. Foto FIBA

Mário Gomes: «Defendemos com os olhos, mas estamos vivos!»

Selecionador espera que Portugal tenha uma vez mais aprendido com os erros e que, no decisivo embate para a continuidade no Eurobasket contra a Estónia, seja a equipa da 2.ª parte frente à Letónia a surgir, e não a do 1.º tempo

Com a derrota de Portugal frente à Letónia por 62-78 (21-23, 7-27, 15-15, 19-13) os linces estão definitivamente obrigados a derrotar a Estónia na quarta-feira (12h45), na última jornada do Grupo A.

Apesar dos 14 pontos de diferença no final, que a cerca de 1m chegaram a ser 12 (60-72), o selecionador Mário Gomes espera que este terceiro desaire consecutivo em quatro jogos não afete a equipa para o derradeiro embate. «Antes de falar sobre o encontro queria fazer uma declaração. Viemos para o EuroBasket com um meta específica, tentar qualificarmo-nos para a segunda ronda, e uma coisa sabemos: vamos lutar até ao último jogo, último minuto por esse objetivo. Por isso, estamos vivos!»

«Independentemente do resultado de hoje, teremos de ganhar o jogo de quarta-feira. E, portanto, esta partida não tem consequências nenhumas a esse nível», analisou o selecionador nacional. «Julgo que, se tiver algumas consequências, espero que sejam positivas, que nós percebamos o que é que mudou da 1.ª para a 2.ª parte, para sermos uma equipa na 1.ª parte e outra completamente diferente na 2.ª».

«Fizemos uma muito má 1.ª parte, especialmente a defender a bola. Defendemos muito mal o atacante com bola. Algumas vezes estávamos, inclusivamente, enquadrados e não atacámos a bola. Como costumo dizer: defendemos com os olhos e com os olhos não se defende», lamentou Mário Gomes.

«E, nessa altura, a Letónia marcou todos os lançamentos. Isso abriu uma diferença e, depois, é muito difícil jogar contra uma equipa que é mais forte do que nós, porque essa é outra questão que é bom ter em conta. Sei que o ranking não joga, ninguém vai para dentro do campo com um cartaz a dizer qual é o ranking em que jogamos, mas é um facto que jogámos fora contra uma equipa que é a número nove do mundo e nós somos a 56».

«Isto não justifica nada, mas é uma realidade. E defendendo como nós defendemos na 1.ª parte, especialmente a bola, o atacante com a bola, e fazendo as percentagens de lançamentos que fizemos na 1.ª parte - ao intervalo tínhamos 40% de 2 pontos e 15% de 3 pontos -, a este nível, não é possível ganhar».

«Depois, foi correr atrás do prejuízo. A equipa conseguiu reagir, mostrou capacidade de reação, insatisfação, disposição para ir à luta. Melhorámos fundamentalmente na defesa, marcámos mais uns tiros na 2.ª  parte, se bem que não tenhamos feito as percentagens que temos que fazer para normalmente ganhar em competições destas».

«Melhorámos alguma coisa, fundamentalmente na defesa, e, a partir da defesa, conseguimos gerar coisas no ataque e também mudar a disposição mental da equipa, que estar a ser castigado na defesa consecutivamente em todos os ataques com triplos atrás de triplos. Não mata mas mói». concluiu o selecionador nacional.

Rafael Lisboa: «Vai ser um encontro complicado»

Já Rafael Lisboa, o melhor marcador de Portugal com 17 pontos, 10 dos quais obtidos na 2.ª parte, foi questionado o que Portugal terá de fazer frente à Estónia para se qualificar. «Acho que olhar para o ranking nesta altura não importa, eles já fizeram jogos neste campeonato de muito bom nível, por isso vai ser um encontro complicado para eles e complicado para nós».

«Sabemos das armas deles, eles sabem das nossas e creio que vai ser um bom jogo. É uma final para as duas equipas, por isso vai haver, se calhar, algum nervosismo, alguma ansiedade de querer ganhar, mas penso que vai ser um bom jogo e vamos estar preparados para ganhar, com certeza.»