«O trabalho impossível?»: Ruben Amorim em destaque em Inglaterra
Ruben Amorim tem dado que falar desde que rumou a Inglaterra para treinar o Manchester United e este sábado volta a merecer destaque na Imprensa inglesa, na véspera de regressar à competição, depois da paragem para os compromissos das seleções.
Na antecâmara do jogo com o rival Man. City, o The Guardian faz manchete com o técnico luso, abordando as exigências do cargo que o português abraçou em novembro de 2024, colocando ponto final na relação com o Sporting, iniciada em março de 2020.
«O trabalho impossível?» é a questão colocada pelo jornal britânico, antes de enumerar tudo aquilo que é esperado do homem que lidera os red devils, seja em que frente for: «O treinador do United deve ser um estadista, um artista mediático, um guru dos jogadores, preferido dos adeptos e um vencedor em série — não é de admirar que Amorim ache isso difícil.»
«Os ecos do Truman Show no Manchester United significam que Amorim deve ter direito a erros» é o título da análise de Jamie Jackson, que constata que Amorim herdou uma «confusão», mas que o facto de a sua «posição estar ameaçada tão cedo é simplesmente a vida de quem ocupa o lugar mais quente do futebol».
O foco em Amorim é visto como «ridículo, quase cómico», por um lado, e uma «dádiva» para os proprietários Sir Jim Ratcliffe e os Glazers, por outro, pelas receitas, questão enfatizada recentemente por Louis van Gaal — «Este clube é gerido de forma comercial e nem sempre é possível conciliar as expectativas comerciais e futebolísticas.»
E, à semelhança do neerlandês, Amorim só conseguiu perceber a dimensão do trabalho que tem pela frente quando abraçou o projeto, diz a mesma publicação, acrescentando que Amorim entrou «de olhos abertos» mas, «como David Moyes, Van Gaal, José Mourinho, Ole Gunnar Solskjaer e Erik ten Hag descobriram, na era pós-Sir Alex Ferguson, nada pode preparar para a realpolitik de comandar o clube».
«Salário atraente» — Amorim aufere cerca de 10,4 milhões por ano — para o desafio que trará «imortalidade»: chegar ao 21.º título da Premier League, o primeiro desde que Alex Ferguson alcançou o feito em 2013. O «cubo mágico» de grau de dificuldade elevada que deixa Amorim sempre «observado, analisado, dissecado, julgado — por mais significativo ou inofensivo que seja um ato».
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