Sua alteza real, Bruno Fernandes
O importante é o coletivo, costumam destacar os treinadores e ninguém pode desmenti-los. O Manchester United, que goleou o Wolverhampton no Molineux, por 4-1, a fechar a 15.ª jornada da Premier League, valeu pelos atributos do... coletivo, conforme Ruben Amorim seguramente sublinhará. Mas nós, que não somos treinadores, preferimos realçar sua alteza real, Bruno Fernandes, a individualidade que impulsionou os red devils para um triunfo imponente fora de portas.
O Wolves era o adversário ideal para o United trepar do 12.º lugar, onde estava com um encontro a menos, para o 6.º, em igualdade pontual com o Chelsea, posição em que terminou a ronda. Sem ganhar para o campeonato de Inglaterra desde 26 de abril, ainda na edição anterior (3-0 na receção ao Leicester), portanto, na atual apenas soma dois pontos, fruto de igualdades diante de Brighton e Tottenham, a 27 de setembro e 5 de outubro, às quais se seguiram oito desaires consecutivos. O primeiro adversário acima da linha de água, o Nottingham Forest, está a 13 pontos — a salvação é (praticamente )impossível.
A diferença de valor entre as equipas cedo saltou à vista. O United adiantou-se aos 25', por Bruno Fernandes, gentileza de Matheus Cunha, um ex-Wolves que sempre que tocava na bola era assobiado. A coroação do português prosseguiria na segunda parte, quando assumiu as rédeas para desfazer o empate que Bellegarde alcançara aos 45+2', servido por Moller Wolfe.
Antes de o capitão abrir o livro, o compatriota Dalot quis seguir-lhe o exemplo e ofereceu a Mbeumo o 2-1, golo que acabou com os locais, aos 51'. Um cruzamento de Bruno Fernandes para Mason Mount, aos 62', permitiu ao inglês beneficiar da velha aliança luso-britânica. A noite era do internacional luso e da marca dos 11 metros — a punir braço na bola de Mosquera detetado pelo VAR — fechou as contas (82').
Curvem-se, então, perante sua alteza real, Bruno Fernandes.