Luís Campos: «Hoje é fácil dizer que João Neves foi vendido por um preço baixo»
Luís Campos foi um dos portugueses nomeados na gala dos Globe Soccer Awards deste domingo - foi eleito o melhor diretor desportivo do mundo - e admitiu que sabe bem ser reconhecido, mas também falou sobre os compatriotas na sua equipa do PSG e principalmente de João Neves, afirmando que a sua saída do Benfica foi pelo preço justo - 60 milhões de euros, mais 10 por objetivos.
«Eu estou habituado na minha carreira como diretor desportivo nos últimos anos a ouvir isso muitas vezes. No FC Porto dizem a mesma coisa, 'compraste o Vitinha por 40 milhões de euros'. Agora que eles explodiram e são de facto jogadores de outra galáxia e que têm um valor muito mais alto, é fácil falar. Penso que pagámos o preço justo pelo João Neves no momento. Penso que o Luis Enrique teve um papel muito importante em que o João desse o seu salto para um patamar mais alto e sei que com o Luis Enrique e os seus colegas, porque o Vitinha, Nuno Mendes e o Gonçalo Ramos exigem muito dele, o João também irá continuar a crescer muito mais. Hoje é fácil dizer que foi vendido por um preço baixo, na altura penso que foi o preço justo e o preço correto», disse à imprensa portuguesa, com A BOLA presente, após a gala no Dubai, abordando o seu prémio.
«Toda a gente gosta de um miminho, eu também gosto, não posso dizer que não. Estou contente pelo reconhecimento do trabalho, penso que é fruto de muitos anos de aplicação máxima, de amor ao futebol, uma paixão enorme, de dedicação e é sempre bom», disse, reconhecendo o trabalho coletivo. «O lado coletivo é mais importante do que o individual, claro que não posso deixar de ficar feliz por ver os que ganharam hoje, outros que ganharam para trás. Muitos outros jogadores com os quais tive oportunidade de trabalhar na minha carreira e traz-me felicidade. Espero continuar, que passem novos talentos e lutar pela vida. Os três jovens do PSG que hoje vimos aqui são exemplos de luta e de garra», acrescentou, destacando o seu orgulho em ser português.
«Sim, orgulho-me de todas [as contratações e não só Vitinha e João Neves]. Não posso pensar nisso por serem portugueses, não é por termos quatro lusos no PSG... estão lá porque têm qualidade. Podiam ser de outros países, tenho de pensar nos objetivos do PSG, em Portugal existem muitos e bons jogadores. Fico orgulho ao ver o presidente da FPF ao subir e receber o troféu por Portugal, quando vejo Ronaldo, meu jogador no Real Madrid, e também ver Portugal a ganhar o Mundial sub-17. São coisas de que me orgulham, em Portugal existe muito talento e é trabalhar esse talento para competência», explicou, admitindo que tem campeões do Mundial sub-17 na sua lista de compras.
«O PSG não tem o objetivo de alterar muito, está a funcionar a ideia, é uma equipa jovem. Temos um treinador espetacular que desenvolve esse talento e a trabalhar como equipa. Um Presidente extraordinário. Jogadores do Mundial sub-17 na minha lista? Tenho muitos, alguns gostava de ter já até, não posso dizer [risos]. Fiquei encantado, já os conhecia, o nosso sistema já os tinha sinalizado, mas tive a oportunidade de os ver ao vivo e Portugal está e estará bem no futuro, a produzir jogadores de grande qualidade», revelou, desejando sucesso à Seleção Nacional no Mundial 2026.
«Eu como português adoraria, vejo os jogos de Portugal. Quando somos emigrantes ainda valorizamos mais a nossa bandeira. Os quatro jogadores são extraordinários, muito boas pessoas e os franceses amam», completou.