Leão poderia ter trazido felicidade da bela Sardenha

O Sporting perdeu um jogo que estava ao seu alcance na Sardenha, frente Dinamo Sassari. Desaire amargo, tanto pelo nível do adversário, líder do grupo, que não revelou superioridade decisiva, quer pelo que o jogo proporcionou aos leões: oportunidades suficientes para levarem a vitória da sempre bela ilha italiana.

Nos minutos iniciais, movidos a triplos – seis no total, três de cada equipa, com Claude Robinson, Harden-Hayes e Malik Morgan a faturarem para o Sporting -, a equipa leonina esteve muito bem, agressiva a defender e a lançar com precisão, liderando o marcador até aos 11-12 (com 5.22 minutos para jogar). Então, os italianos tornaram-se mais eficazes, acertaram as marcações (individuais), e começaram a dificultar as ações contrárias, e impuseram-se no jogo, chegando a comandar por 24-16. Os leões, todavia, reagiram nos instantes finais, reduzindo para 24-20, com que se fechou o primeiro quarto.

O segundo período foi um descalabro para o Sporting, que não teve capacidade para suster o ímpeto crescente do Dinamo.

Os anfitriões dispararam com um esmagador parcial de 11-2 (35-22) aos 7 minutos, e nem o desconto de tempo solicitado pelo treinador Luís Magalhães e um triplo de Stephan Swenson (3.00) foram panaceia para os males da equipa verde e branca. Perante a crueza dos números - apenas 39% de eficácia de lançamentos de dois pontos dos sportinguistas face aos 67% dos sardenhos, o amplo desnivelamento do marcador ao intervalo (55-41) não surpreendia – e poderia ter sido superior se, à imagem do período inaugural, a equipa portuguesa não contrapusesse, ao avolumar da desvantagem, um parcial de 6-10 pontos nos derradeiros dois minutos.

A segunda parte do encontro não poderia ter começado com estímulo maior ao Sassari: tournover do Sporting a proporcionar contra-ataque culminado com espetacular afundanço em voo. Todavia, não teve continuidade pelos insulares, e muito pela franca melhoria de rendimento dos leões, que se aproximaram, primeiro, a dez pontos, logo a seguir a sete, após triplo de Malik Morgan - a forçar o treinador italiano a pedir time-out - e no reatamento, encurtando o prejuízo a cinco pontos, a 6.40 do final do quarto.

Contudo, várias falhas importantes no ataque, com pontos aparentemente fáceis falhados, o Sporting desperdiçou a oportunidade de acossar o rival, e permitiu que este se livrasse do cerco e ripostasse, impulsionado pela alta qualidade de alguns dos seus jogadores. Beneficiando ainda de uma ou outra falta ofensiva por ingenuidade dos atletas leoninos, o Sassari pôde recolocar-se à distância de uma dezena (72-62) ao soar do terceiro gongo do jogo.

Vencida a tormenta do segundo período, tudo em aberto para o quarto na candidatura da equipa leonina à vitória neste jogo, que se vislumbrava, mais do que nunca, ao alcance. De qualquer modo, ser-lhe-ia indispensável a sua melhor versão esta noite. O que veio a seguir não foi motivo de otimismo, tão-só um equilíbrio arreliador, por se arrastar no tempo, cada vez mais curto para a reviravolta. Pontos cá e lá, aos cinco minutos teimava a manter-se diferença de dez (79-69).

Com os cada vez mais fundamentais triplos a não entrarem e até os lances livres por faltas estratégicas do adversário a caírem fora do cesto, os leões foram ficando demasiado longe do objetivo - após três minutos (a dois do final) o marcador só avançara para 80-70! E um afundanço de Nathan Jonhson (a 1.23) a aumentar a vantagem italiana para 12 pontos (82-70) foi derradeiro golpe nas pretensões leoninas.