«Fui para a Arábia e agora estou num grande como o FC Porto, já me dão razão»
Gabri Veiga, 23 anos, confessou que está muito confortável no FC Porto e que todas as decisões que tomou na curta carreira foram sempre pensadas – nomeadamente ter trocado o Celta de Vigo, clube da sua formação, pelo Al Ahli da Arábia Saudita aos 19 anos.
Depois de duas temporadas lá, apareceu o FC Porto, um quase regresso a casa para o jogador galego.
Em entrevista à Radio Marca, o jogador natural de Porriño - a apenas 130 quilómetros da Invicta - voltou a defender a sua decisão de ir para a Arábia antes de dar o salto para o FC Porto. Apesar das críticas iniciais, insiste que fez o que achou melhor: «Nunca me vou arrepender, porque naquele momento era a decisão mais favorável para mim. Talvez não o que muita gente esperava, disse-o mil vezes. Eu nunca procurei ter razão, sempre procurei o que desportivamente era melhor para mim e agora voltei a um clube como o FC Porto, com exigências enormes e para continuar a crescer como jogador, que creio que o fiz na Arábia. Fui com flexibilidade contratual para depois decidir melhor e acabei por dar este passo num clube muito grande.»
O internacional sub-21 assinou então, em junho deste ano, por cinco temporadas, num investimento de 15 milhões de euros. «Desde que entras no primeiro dia percebes a grandeza do FC Porto. As expectativas, a pressão também de estar a um nível muito alto numa liga muito competitiva, e depois também na Europa... Bom, há muitos objetivos, muita vontade de ganhar, toda uma cidade atrás de ti. É um clube muito grande, mas não estou a dar nenhuma novidade, já toda a gente sabe», explicou.
Quando convidado a recomendar visitas culturais ao Porto... ou a Lisboa, reagiu com humor: «Não, Lisboa nem tanto, Lisboa nem tanto. Do Porto para baixo já não... É como de Vigo para cima, também não recomendo [risos], vá, até Santiago.»
Não, Lisboa nem tanto, Lisboa nem tanto. Do Porto para baixo já não... É como de Vigo para cima, também não recomendo, vá, até Santiago
«Aqui a exigência é ganhar todos os jogos. Com FC Porto, Benfica, Sporting, SC Braga... Não é tanto como em Espanha, aqui há clubes muito próximos Guimarães, Barcelos, Braga... Está tudo muito perto, então são quase dérbis como se fosse Vigo-Pontevedra. Torna-se especial porque as pessoas também o vivem muito, os adeptos deslocam-se muito connosco, o que nos ajuda muito. E obviamente é tudo muito doméstico, muito competitivo e é algo que está muito bem», explicou. Além disso, o jogador destacou a facilidade de adaptação devido à proximidade cultural com a Galiza.
Evitar um FC Porto-Celta
Com humor, falou das prioridades do FC Porto – Liga e UEFA Europa League – e do Celta...: «Se puder ser os dois títulos, então os dois. Obviamente é muito difícil ganhar qualquer título, mas o nosso objetivo aqui no FC Porto é ganhar todos os jogos, independentemente dos adversários. A partir daí será ganhar todos os títulos que se possa. Depois de uns anos sem ganhar a Liga de Portugal, que tem muitas rivalidades, seria especialmente bom; depois projetar o clube a nível europeu também seria algo muito importante para o clube. Mas bom, ainda estamos em novembro, vamos seguir a linha que levamos, pois poderemos fazer grandes coisas, claro.»
Confrontado com uma possível final da UEFA Europa League entre FC Porto e Celta, Gabri Veiga não sabe se aguenta: «Não imagino. Prefiro não imaginar. Porque seria muito difícil a nível emocional, espero que não aconteça. Se temos de chegar lá, que não seja contra o Celta. Para mim seria como um punhal no peito. Mas claro, obviamente o nosso objetivo e o meu é ganhar a Liga Europa. Esteja quem estiver em frente...»
Prefiro não imaginar. Porque seria muito difícil a nível emocional, espero que não aconteça. Se temos de chegar lá, que não seja contra o Celta. Para mim seria como um punhal no peito.
Seleção de Espanha e Portugal favorito no Mundial
O médio foi também questionado sobre a seleção principal de Espanha, que tem muitos médios - Gabri espera a sua oportunidade e até deu o exemplo de Portugal. «Temos talvez o melhor meio-campo do mundo atualmente. Como Portugal, há um nível enorme, estão a jogar em grandes clubes, a grandes níveis, e a mim ainda me restam muitos passos que dar para chegar aí. Mas claro, obviamente é um sonho. Tenho de continuar a trabalhar muito. E além disso eu sou muito exigente e sei o que posso dar e o que tenho de dar», notou, dando até Portugal entre os favoritos ao Mundial 2026:
«Eu diria que estão nos favoritos. França, Brasil, Espanha, Portugal e Argentina, creio que são os que estão... Inglaterra, pode ser também... O meio-campo é incrível, depois o guarda-redes que é o meu companheiro [Diogo Costa] pois creio que é dos melhores do mundo, a defesa com o Nuno Mendes... A verdade é que têm uma equipa muito completa. Num Mundial pode acontecer qualquer coisa, há surpresas, mas esperemos que no final seja Espanha, claro.»
Na Seleção de Portugal o meio-campo é incrível, depois o guarda-redes que é o meu companheiro [Diogo Costa] pois creio que é dos melhores do mundo, a defesa com o Nuno Mendes...
Gabri ainda abordou a rivalidade entre Portugal e Espanha: «Sim, há uma rivalidade, somos países vizinhos, mas sempre há uma certa rivalidade entre espanhóis e portugueses. Talvez não tanto entre galegos e portugueses, porque nos damos bastante melhor, por isso talvez a adaptação aqui tenha sido muito boa. Aqui são muito parecidas aos galegos, o trato, a maneira de ser, o clima, tudo é muito parecido. Estamos muito confortáveis aqui, talvez por isso tenham vindo recentemente tantos espanhóis. »
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