Fernando Alonso elege a melhor corrida da carreira e surpreende
Fernando Alonso tem centenas de corridas na Fórmula 1, dezenas de vitórias, mas numa entrevista com uma marca parceira da Aston Martin, surpreendeu na hora de eleger o melhor Grande Prémio que já correu.
O experiente piloto espanhol, campeão do Mundo em 2005 e 2006, ao serviço da Renault, escolheu o Grande Prémio da Malásia, em 2010, como a melhor corrida da carreira, na qual partiu do 20.º lugar, depois de uma qualificação prejudicada por um erro estratégico da Ferrari e na qual nem sequer chegou ao fim.
«Há muitas corridas que as pessoas talvez não conheçam. Falo da Malásia em 2010, quando tive um problema com a mudança de velocidades. A caixa de velocidades estava partida, meio partida, a embraiagem também dava problemas – ao subir as mudanças não havia problema, mas ao descer havia. Mais ou menos a meio da corrida, tentei descer da sétima para a segunda mudança para a primeira curva, mas só cheguei à quinta. Perdi tempo e, na curva seguinte, percebi qual era o problema», começou por contar.
«No desespero, tentei acelerar ligeiramente ao descer as mudanças, caso contrário teria de abandonar a corrida. Ao acelerar, as mudanças desciam sem problema, por isso, na curva seguinte, acelerei quatro vezes e desci quatro mudanças. Perguntei à equipa se o que estava a fazer era correto ou não e se não iria partir a caixa de velocidades numa volta. Responderam-me para continuar e disseram-me que a caixa de velocidades aguentaria. Fiz cerca de 30 voltas assim – ao subir as mudanças não havia problemas, mas ao descer tinha de carregar simultaneamente nos travões e no acelerador», continuou.
A estratégia correu tão bem que até os mecânicos da Ferrari ficaram surpreendidos: «Após a corrida, os engenheiros perguntaram-se como tinha encontrado aquela solução tão rapidamente, em apenas 13-14 segundos. Respondi-lhes que odeio perder e abandonar, que faria tudo o que fosse possível antes de abandonar. A corrida foi completamente anónima, ninguém se vai lembrar dela, mas a energia e a concentração que precisei naquela corrida, bem como a descoberta instintiva de uma solução para um problema que nem sequer tinha sido testado, penso que tornam esta corrida memorável», concluiu Alonso.