Jota González, treinador do Benfica, em treino na véspera de jogo europeu - Foto: SL Benfica
Jota González, treinador do Benfica, em treino na véspera de jogo europeu - Foto: SL Benfica

FC Porto pode fechar já o apuramento europeu e Benfica quer aproximar-se

Encarnados recebem os suecos do Karlskrona para a quarta jornada da EHF European League e o treinador Jota González afirmou que este jogo de terça-feira é «decisivo». Dragões podem somar a quarta vitória em quatro jogos na competição

A meio da caminhada da fase de grupos da EHF European League, o Benfica ocupa o segundo lugar com duas vitórias em três jogos, apenas atrás do líder invicto Melsungen, com quem perdeu na ronda inaugural, na Alemanha, por 26-28, mas depende apenas de si para se apurar e, quem sabe, chegar ao topo do Grupo E.

Para isso, é fundamental somar o terceiro triunfo europeu consecutivo e bater os suecos do Karlskrona, últimos classificados só com derrotas, em Portugal, esta terça-feira, sendo que uma semana atrás ganharam na Suécia por dois golos, 34-32. Mais dois pontos podem mesmo ser fundamentais, dado que o jogo seguinte é na Hungria com o Ferencváros (derrotaram os húngaros por 38-25 em Portugal, em outubro), na próxima semana, e na última ronda recebem o líder.

«Penso que esta partida é absolutamente decisiva para nos apurarmos. Se vencermos, teremos uma grande hipótese de nos qualificarmos. Eles já mostraram a sua força, foi um jogo muito equilibrado [na Suécia]. São uma equipa que contra-ataca muito rápido, por isso precisamos de manter um grande equilíbrio defensivo. Não podemos perder a bola no ataque, porque sabemos que isso resultará num golo garantido contra nós. Penso que são jogadores que individualmente têm uma capacidade tremenda em situações de um para um e também em remates exteriores. Por isso, temos de tentar minimizar isso e, acima de tudo, acho que o fundamental é não perder a posse de bola e não sofrer golos fáceis em contra-ataques», começou por dizer o treinador das águias, em declarações à BTV, sendo que depois tem uma visita ao terreno do Belenenses para o campeonato.

«Acho que esta equipa vai ser bastante complicada. Já nos dificultaram muito as coisas na Suécia, principalmente porque esta é última oportunidade de se qualificarem para a próxima fase. Temos uma mentalidade muito positiva. Aqui no Inferno da Luz ainda estamos invictos, e é isso que nos mantém motivados. Temos uma mentalidade vencedora e extremamente positiva, e é isso que precisamos de manter. Principalmente, crescermos como equipa e mantermos esta energia que nos impulsiona», afirmou o espanhol, que não esqueceu a última partida, o clássico fora contra o FC Porto, em que empataram a 27 bolas e deixou um sabor agridoce.

«É claro que, depois de um empate, que foi muito importante para nós, a sensação é um pouco diferente. Estávamos a ganhar por 5 golos de diferença e, depois, é dececionante empatar. Mas houve também um momento, mais tarde, em que estávamos a perder por 3 golos e conseguimos empatar a partida. Acho que um empate ali, depois de tantos anos sem ganhar nem empatar, é algo positivo. Significa que a equipa está a melhorar gradualmente, que está a competir, e penso que isso tem sido importante para a nossa moral. O importante agora é que os jogadores não se acomodem e entendam que este empate e a nossa recente vitória na Suécia devem ser vistos como positivos, mas que não podemos relaxar e pensar que já está tudo ganho», alertou o técnico de 53 anos, passando a palavra ao compatriota Alejandro Barbeito.

«Dá-nos muita confiança. Fizemos uma partida muito boa, com altos e baixos, mas, no final, penso que conseguimos um resultado bastante positivo. Sair com um empate é melhor do que sair com uma derrota. Acima de tudo, foi aquela mentalidade que já referi anteriormente: um espírito vencedor, de luta, onde nunca desistimos. Estamos sempre a querer mais, mais e mais. O que motiva esta equipa é a ambição e o que nos motiva agora é o próximo jogo europeu, para darmos um passo firme rumo à próxima fase», atirou o andebolista.

Uma coisa é certa: González não poderá contar com Mikita Vailupau, que não joga pelo Benfica desde 25 de outubro e está retido na Sérvia, a treinar pelo RK Vojvodina, porque o clube português ainda não tratou do seu visto. O atleta bielorusso lamentou a situação nas redes sociais, esta segunda-feira.

Quarta vitória consecutiva para o FC Porto?

Por outro lado, o FC Porto procura a quarta vitória consecutiva na competição, ou seja, quatro em quatro. Depois de derrotar o Fram na Islândia, a contar para a ronda inaugural ,por 38-26, em Portugal os suíços do Kriens, por 44-31, e o Elverum na Noruega, por 29-25, os dragões recebem os noruegueses na sua casa, esta terça-feira.

Em caso de nova vitória dos lusos e de desaire dos islandeses com o Kriens, o FC Porto garantirá o apuramento para a próxima fase, ficando ainda por decidir se termina em primeiro lugar ou em segundo com a formação da Suíça. O jogo seguinte é novamente em território nacional com o Fram e só depois com o Kriens, fora de portas.

Por isso, é um jogo muito importante, tal como diz o andebolista Mamadou Diocou. «Estamos preparados. Já jogámos em casa deles, conseguimos um bom resultado e estamos expectantes para saber como se vão apresentar no Dragão Arena. Estamos muito entusiasmados para este jogo. Eles têm a pressão de quem precisa de ganhar, porque têm de somar pontos para poder passar. Nós estamos tranquilos, com vontade de lutar. Só temos de fazer o mesmo trabalho que fizemos na Noruega, se fizermos melhor ainda saímos mais beneficiados. Vamos dar o máximo para conseguirmos o resultado que desejamos e nos qualificarmos», começou por dizer o senegalês, em declarações ao Porto Canal, apelando o apoio dos adeptos.

«O nosso percurso na Europa está a ser muito bom e temos ainda mais vontade de ganhar este jogo sabendo que, com a vitória, podemos qualificar-nos para a Main Round. Espero que os adeptos venham com energia para nos apoiar e que a consigam transmitir a partir das bancadas para que a equipa consiga conquistar os dois pontos. Empate com o Benfica? Demos o máximo, não chegou, a outra equipa também joga e os erros que cometemos custaram-nos caro», explicou.