FC Porto e Benfica empatam no clássico e não se largam no campeonato
FC Porto e Benfica empataram a 27 golos no Dragão Arena e mantêm-se em igualdade pontual no topo do campeonato nacional de andebol, após a 11.ª jornada. Num clássico em que a qualidade de jogo atacante foi mediana na primeira parte, assistiu-se a momentos de espetáculo e, acima de tudo, de forte emoção, na segunda metade, com indefinição no resultado até aos derradeiros instantes.
Após 25 minutos de equilíbrio nivelado por baixo, o Benfica terminou melhor a etapa inicial e foi para intervalo em vantagem por dois golos, e regressou do descanso ainda melhor alargando a diferença até cinco golos nos primeiros minutos.
Contudo, quando não era previsível, os encarnados perderam o ímpeto e os dragões ganharam uma chama também improvável, virando totalmente o duelo a seu favor, mas igualmente sem conseguirem controlá-lo. Por isso, num último esforço, as águias recuperaram de três golos, empatando com um livre de sete metros a poucos segundos do final.
O arranque do jogo, lento, denunciou a toada de toda a primeira parte. Não enganou - e com isso perdeu o espetáculo. Tal como não engaram as primeiras falhas técnicas de ambas equipas, constantes nesta etapa, e a adiarem a abertura do marcador quase para o quinto minuto.
Fê-lo, enfim, o FC Porto, num livre de sete metros transformado por Mamadou Diocou, que, à imagem do antagonista Miguel-Sánchez Migallón, teve eficácia máxima no remate de bola parada.
Os dragões adiantaram-se mesmo até aos 2-0, mas o Benfica nunca deixou a desvantagem ampliar-se mais do que um golo, quando não empatava. Os encarnados passaram mesmo para a frente, pela primeira vez, aos 18 minutos, e apesar de o treinador do FC Porto ter solicitado, de imediato, um desconto de tempo, não perderam a liderança até ao intervalo, após longos minutos em que se assistiu a incontáveis erros ofensivos de ambas das formações.
Entre estes lapsos - a desperdiçar lances em situação privilegiada de concretização - e boas defesas dos guarda-redes Gustavo Capdville (Benfica) e Sebastian Abrahamsson (FC Porto), houve apenas 22 golos nos 30 minutos iniciais, o último no derradeiro segundo, por um dos poucos atacantes que sobressaíram, Ander Izquierdo, a colocar o avanço das águias em dois golos à saída para os balneários (10-12).
O esquisito clássico reatou-se com mais um golo do Benfica, a dar aos visitantes a maior vantagem de uma equipa até então no jogo (3). Muito melhor do que o FC Porto no início da segunda parte, a equipa da Luz ampliou rapidamente para 11-15, exigindo a Magnus Andersson um madrugador desconto de tempo.
Os benfiquistas ainda chegaram aos cinco golos de vantagem (12-17) aos cinco minutos, mas os portistas reagiram, e impulsionados por três defesas de elevado nível de Abrahamsson e alguns lapsos dos artilheiros contrários, reduziram para diferença mínima (17-18) aos 12 minutos, impondo time-out ao treinador das águias.
Mas o empate veio antes do quarto de hora (19-19), a reviravolta não demorou e a retoma caseira avolumou-se até aos três golos (22-19), após parcial invulgar em equipas da mesma igualha de 10-2.
As águias ainda estancaram a sangria entre os minutos 15 e 20, e voltaram a reentrar na discussão do jogo (25-24), beneficiando ainda de vantagem numérica por exclusão, e no final conquistaram o empate, após livre de sete metros.