Remco Evenepoel diz estar preparado para tentar conquistar o terceiro título mundial de contrarrelógio

Evenepoel: «Será um grande desafio bater Pogacar»

Belga está confiante na conquista do terceiro título mundial de contrarrelógio, este domingo em Kogali, Ruanda, mas enfrentará o esloveno num terreno acidentado

Remco Evenepoel disse estar pronto para o contrarrelógio, que dará início ao histórico Campeonato do Mundo de Estrada de 2025, em Kigali, no continente africano, no domingo.

Na capital do Ruanda desde a noite de quinta-feira, o belga cumpriu um treino de 120 quilómetros na manhã do dia seguinte, antes de falar à imprensa, numa confenrência de antevisão da prova que lhe poderá permitir a conquista do terceiro título consecutivo, feito raro na história dos Mundiais de contrarrelógio, só alcançado pelo australiano Michael Rogers (2003-2005) e pelo alemão Tony Martin (2011-2013).

«Não quero exagerar, mas creio que nunca me senti tão bem esta temporada», começou por declarar Remco Evenepeol.

«Consegui preparar-me bem, com um estágio de um mês, e tenho cinco meses de competição este ano, como geralmente acontece com quem prepara a participação no Tour de França. Por isso, não me surpreende estar a sentir-me tão bem. Esta é a primeira vez este ano em que consigo fazer tudo bem nos treinos. Dediquei um longo período de preparação para estar no meu melhor no Campeonato do Mundo, mas também no Campeonato da Europa e na Volta à Lombardia. Estou pronto», afirmou o bicampeão mundial, que enfrentará um percurso de 40,6 quilómetros bastante desnivelado.

«Para mim, é um grande desafio fazer parte desta lista de tricampeões com Rogers e Martin. Eu gosto do percuso. Tem estradas largas, muitas retas e muitos quilómetros em que é preciso manter uma posição aerodinâmica. Haverá muitas mudanças de ritmo, o que torna a corrida ainda mais difícil, mas gosto deste tipo de contrarrelógios. Não se deve esforçar muito no início, porque as subidas mais difíceis são as últimas. Os últimos dez minutos serão muito intensos. O percurso é difícil, mas também não é um contrarrelógio de montanha. É mais como subidas curtas, um pouco como nas Ardenas. Também haverá piso empedrado, mas isso não vai mudar muito».

«Se Pogacar está aqui, é porque acredita que pode ganhar»

Para reconquistar o título, Evenepoel terá, no entanto, de superar Tadej Pogacar, que pretende desafiá-lo no traçado com mais de 400 metros de desnível acumulado. «Se Pogacar está aqui, é porque acredita que pode vencer. Tenho de me concentrar no meu desempenho, mas vai ser um grande desafio batê-lo.»

Percurso do contrarrelógio do Mundial do Ruanda (imagem: procyclingstats)

Depois do fracasso na Volta a França, o bicampeão olímpico pretende dar um pouco mais de brilho à sua temporada. «Conquistar títulos aqui daria um toque especial à minha temporada? Não propriamente, ainda é um ano complicado, mas penso que todos ficariam felizes por conquistar um título mundial, e talvez até um título europeu. Com duas vitórias das quatro disponíveis, entre Kigali e Drôme-Ardèche, a minha temporada seria certamente melhor. E ainda há a Volta à Lombardia... Ainda tenho cinco grandes oportunidades», concluiu o belga.