Ética Summit: mais de um milhar de pessoas no segundo dia
O Ética Summit 2025 terminou este sábado o seu segundo dia de trabalhos, após cerca de 8 horas de debate, partilha de conhecimento e reflexão, sobre diversos temas pertinentes e bastante atuais no contexto desportivo e lusófono.
A decorrer em formato online, a 2.ª jornada do Ética Summit acabou por juntar 58 oradores e mais de 500 participantes por sessão, totalizando um universo de mais de 1200 pessoas que assistiram aos diversos temas abordados e que mobilizaram a atenção e o debate, sobretudo pela qualidade das partilhas levadas a cabo pelos palestrantes.
O dia começou com a conferência «Inclusão e participação de jovens no desporto», envolvendo na mesa de discussão especialistas oriundos de Moçambique, Timor Leste, Portugal e de Cabo Verde, onde a tónica centrou-se nas realidades e nas assimetrias existentes entre os países lusófonos. Apesar de existir um esforço na implementação de novas soluções, projetos e políticas inclusivas, este não tem sido acompanhado dos recursos necessários para o efeito, sobretudo nos países africanos e em Timor Leste, onde as limitações estruturais são mais evidentes. Neste sentido considerou-se fundamental o reforço da cooperação entre os países lusófonos, na partilha de boas práticas e de recursos que possam potenciar os programas de ação, a inclusão e a sustentabilidade dos projetos existentes.
Ao início da tarde, debateu-se «O interesse e a responsabilidade de construção de práticas sustentáveis no desporto», bem como o papel do treinador e do professor de Educação Física, enquanto exemplos de autoridade na adoção dos comportamentos éticos e na formação e educação dos jovens para a Ética.
Noutros painéis tivemos a abordagem dos riscos da adição ao jogo e às apostas, onde tivemos a reflexão sobre o papel dos pais e da família, quer ao nível da prevenção e do acompanhamento, quer no que diz respeito aos processos que são gerados neste contexto e para os quais se requer grandes preocupações. Em paralelo, foi possível assistir às partilhas sobre as patologias que decorrem das adições ao jogo e sobre as diferentes abordagens práticas relacionadas com prevenção, intervenção, a cura e a reabilitação, que são possíveis levar a cabo neste âmbito. De destacar o testemunho partilhado por um ex-adicto sobre a problemática da adição ao jogo, a qual é já considerada por muitos, como um flagelo cada vez mais presente nas comunidades portuguesa e brasileira, revelando-se inclusivamente, uma preocupação para a qual todos os agentes desportivos devem estar atentos.
Ao final da jornada, o tema central das sessões foi o «Compliance como modelo para a prevenção de corrupção no desporto, nos países lusófonos», onde foi possível ouvir os contributos de diversos especialistas (juristas, investigadores, técnicos e dirigentes desportivos). De facto, o «compliance» no desporto deve ser assumido como um compromisso das organizações em implementar práticas e políticas que garantem uma atuação ética, legal e transparente, para prevenir e combater a corrupção, a criminalidade económica, o doping, a manipulação de resultados, a discriminação, entre muitas outras irregularidades, de modo a assegurar um ambiente desportivo íntegro e sustentável.
Apesar dos passos que já foram dados, alguns dos especialistas presentes, destacaram que há ainda um longo caminho a percorrer, sobretudo no que concerne à efetiva transparência e eficiência dos sistemas implementados, sendo fundamental para o efeito, uma cada vez maior aposta na capacitação dos agentes e uma melhor clarificação da eficiência normativa vigente. No mesmo sentido, foi unânime a opinião de que, as federações desportivas, associações e clubes, devem assumir um «papel cada vez mais interventivo e determinante na implementação de processos e políticas de prevenção, identificação e correção dos desvios ou irregularidades, no sentido de proteger o desporto».
Programa de 14 de setembro:
10h30-12h
13h-14h
14h-15h
15h15-16h15
17h15-18h15
18h15-19h15
19h30-20h30
21h-22h