«É Nuno Gomes que alerta o Benfica que Roger Schmidt não iria renovar com o PSV»

Rui Costa acredita que vai continuar na presidência do Benfica. O presidente dos encarnados, em entrevista à CMTV, defendeu o trabalho executado nos últimos quatro anos: «O Benfica não pode apagar o passado todo. Sei o trabalho que fiz durante quatro anos, Vejo noutras listas muito mais gente do passado do que na minha. Felizmente agora discute-se se o Benfica ganha muito ou pouco, não era isso que se debatia há quatro anos.»

Rui Costa defendeu as propostas reveladas pela candidatura Só o Benfica Importa para o futuro do Benfica, tendo considerado que «não adianta estar a fazer programas eleitorais com 300 páginas», no dia em que João Diogo Manteigas apresentou o programa eleitoral composto por 115 páginas. O dirigente dos encarnados criticou a «incompatibilidade entre aquilo que se sonha e o que é a realidade».

Apesar de salientar a confiança numa reeleição, O dirigente dos encarnados frisou que o presidente eleito «tem como missão imediata tentar unir os benfiquistas» e o que as listas derrotadas têm «o dever de não a desunir».

«Tenho procurado falar de mim e promover os próximos quatro anos, falo mais em resposta do que de provocação», defendeu Rui Costa, negando qualquer ataque pessoal a adversários. Em sentido contrário, o presidente do Benfica defendeu ser o principal visado de campanhas pouco leais: «Nenhuma pessoa da minha equipa comanda canais televisivos. Basta olhar para as redes sociais para ver quem tem feito campanhas sujas, quem foi despedido há uns tempos de um partido e agora é diretor de campanha de uma lista.»

O presidente do Benfica apelou ainda que a reta final da campanha eleitoral seja «o mais limpa possível».

Rui Costa explicou o papel de Nuno Gomes, atual vice-presidente para o futebol na lista de João Noronha Lopes, na contratação do único treinador campeão pelo Benfica nos últimos quatro anos: «É Nuno Gomes que alerta que Roger Schmidt não iria renovar com o PSV, tínhamos várias opções em cima da mesa e eu escolhi. Era um treinador que me agradava, já tínhamos jogado contra ele [play-off da UEFA Champions League 2021/2022].»

Rui Costa explicou que «não houve comissão» para o antigo avançado luso, mas destacou o «papel de acompanhamento» que teve na contratação do técnico alemão que liderou as águias até à conquista da Liga em 2022/23.

Rui Costa admitiu ainda o desejo de estabilizar o volume de entradas e saídas do plantel da equipa principal masculina de futebol. O presidente do Benfica, ainda assim, frisou a inevitabilidade de vender, inerente ao estatuto do futebol português no mercado mundial. «Os clubes portugueses vão ter sempre de vender e quem diz o contrário está a mentir. Depende sempre dos valores e quais são os clubes que procuram. Quando vêm dos colossos europeus do Top-5, é normal que os jogadores queiram sair. Os salários são completamente incomparáveis.»

O presidente do Benfica garantiu que não se arrependeu de vender João Neves para o PSG, no verão de 2024, dadas as diferenças das condições financeiras entre os encarnados e os parisienses. «Não sei que engenharia financeira podia fazer para cobrir os salários que são oferecidos lá fora. Tem a ver com todas as profissões, o jogador não pensa de forma diferente. O João nesse ano foi a segunda maior transferência do verão, não foi um valor baixo. Pela questão emocional esperam todos os adversários que possam valer 300 milhões mas o mercado não funciona assim», explicou Rui Costa.

O dirigente dos encarnados frisou que João Neves «teria o salário mais alto do teto do Benfica», mas «estaria a menos de metade do que o PSG podia oferecer». Álvaro Carreras foi outro dos exemplos utilizados por Rui Costa para destacar a diferença de poderio financeiro entre as águias e o topo do futebol europeu: «Como é que se diz a um jogador que não vai para o Real Madrid? Basta olhar para os lados e ver o que aconteceu este verão.»

O presidente dos encarnados e candidato a um segundo mandato comentou ainda a denúncia de um sócio à Comissão Nacional de Proteção de Dados (CNPD) sobre a alegada utilização de dados telefónicos para a realização de uma sondagem. «O Benfica não liberta dados de ninguém, temos de analisar de onde e quando saíram, podem ser recentes ou antigos, é isso que vamos apurar. Vai haver uma investigação», garantiu Rui Costa.

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