Da ousadia de Farioli nasceu Gabri, o 'extremo' que oferece golos

Francisco Farioli já tinha tirado todos os extremos titulares quando foi ao banco buscar Gabri Veiga para mexer com o jogo do FC Porto e explorar a capacidade de passe do espanhol para tentar provocar o erro do SC Braga. A decisão do italiano de colocar o médio colado à linha direita, como extremo, foi tão ousada que no final da partida Gabri Veiga não escondeu a sua surpresa em declarações ao Porto Canal: «Sei adaptar-me a qualquer posição no campo, apesar de ter ficado surpreendido, mas é uma decisão do treinador e tenho de aceitar e dar o meu melhor.»

E foi o que fez. A verdade é que Gabri Veiga acabou mesmo por ser determinante na vitória arrancada a ferros sobre os arsenalistas (2-1) ao desenhar o passe para Borja Sainz antecipar-se a Victor Gómez, entrar na área e bater Horniceck, aos 79 minutos. A passagem pelo banco poderá ter sido pontual, o desempenho de Gabri Veiga nos minutos em que jogou trouxe à ribalta a sua crescente influência nos golos marcados pelo FC Porto que o consagra como o jogador com mais assistências da equipa, a par de Alberto. Ambos têm cinco ofertas para golo, ainda que em termos de preponderância nos tentos do FC Porto o espanhol leve vantagem sobre o lateral-direito por ter já uma finalização, no triunfo frente ao Rio Ave (3-0), na 6.ª jornada, jogo em que também fez duas assistências.

Os 33 minutos em que Gabri Veiga esteve em campo foram muito ricos e diversificados em termos de ações individuais. No que diz respeito aos passes, registou 21 certos de um total de 27, correspondendo a uma taxa de acerto de 78%. Durante o jogo, criou duas oportunidades e uma delas gerou o golo de Borja Sainz. Realizou ainda sete passes no terço ofensivo. No total, Gabri Veiga fez quatro remates, um à baliza e dois fora do alvo.

Já na receção ao SC Braga, domingo passado, numa partida de alta intensidade, foi o espanhol Borja Sainz quem assumiu o papel de herói, apontando o golo da vitória por 2-1 após ser lançado por Francesco Farioli aos 64 minutos. Uma amostra da capacidade que o FC Porto tem de encontrar soluções no plantel, bem como a importância dos suplentes (ainda que Borja Sainz seja mais titular) no sucesso da equipa.