Deniz Gul viu o primeiro remate ser defendido... - Foto: Catarina Morais/KAPTA+
Deniz Gul viu o primeiro remate ser defendido... - Foto: Catarina Morais/KAPTA+

Cortaram as asas ao dragão (as notas dos jogadores do FC Porto)

Noite não dos laterais impediu o FC Porto de voar; Gabri Veiga destacou-se a defender e a atacar
O melhor em campo: Gabri Veiga (7)
Perdeu a primeira ocasião do FC Porto, aos 12', quando após boa desmarcação e grande passe de Eustáquio rematou cruzado a rasar o poste. E não esteve feliz no remate — seis tentativas, quatro até foram à baliza, mas não colocaram grandes problemas aos guarda-redes, primeiro Barkas, depois Brouwer. Mas foi decisivo para evitar a derrota — é de uma recuperação de bola do espanhol, no meio-campo adversário, e passe imediato para Deniz Gul que nasce o 1-1 de Borja Sainz. Subiu de produção na segunda parte, e foi por ele que passou a maior parte dos lances de perigo dos dragões.

(5) Diogo CostaNoite de pouco trabalho. Sofreu golo no primeiro remate enquadrado, com o ligeiro desvio na bota de Prpic a deixá-lo sem reação. Só mais dois livres de El Karouani foram, depois, à baliza, e defendeu-os com segurança. De resto, mostrou atenção permanente, resolveu o que tinha de resolver e exibiu segurança com os pés.

(4) Martim FernandesNão entrou mal, colocando-se como arma para o FC Porto sair da pressão inicial dos neerlandeses, mas nunca foi feliz nas iniciativas atacantes em que se foi envolvendo. E fica ligado ao golo do Utrecht — naquela defesa à zona dos dragões, era o primeiro elemento depois da barreira, mas reagiu demasiado tarde à desmarcação de Miguel Gutiérrez. Logo a seguir, noutro livre, deixou Horemans fugir nas suas costas para cabecear com perigo, por cima. E com Cathline, fresco (entrara ao intervalo), a dar-lhe dores de cabeça pelo flanco, acabou por ceder o lugar a Alberto logo a seguir ao 1-1.

(5) BednarekAssumiu a responsabilidade de ser o patrão da defesa, teve de corrigir muitas vezes o posicionamento e as abordagens de Prpic, esteve impecável na bola corrida... mas partilha com Martim Fernandes a falta de reação no golo e no cabeceamento de Horemans.

(5) PrpicUma ou outra falha a defender, sobretudo quando saiu a pressionar o ponta de lança adversário e abriu espaço nas suas costas, mas sem consequências. E foi importante em vários momentos com a bola no pé, procurando Deniz Gul com qualidade, como no primeiro lance de perigo dos dragões, concluído com remate ao lado de Gabri Veiga. Mas aquelas entradas desesperadas à bola na área não fazem sentido — se no golo até se compreende a tentativa, embora tenha acabado por deixar Diogo Costa sem capacidade para defender, com o ligeiro toque que deu na bola, já antes, aos 45', arriscou autogolo sem necessidade, num remate de El Karouani que ia para fora e que só por sorte não desviou para a baliza.

(4) ZaiduIa ser titular, depois não surgiu no onze, porque se sentia mal, mas melhorou e Farioli decidiu devolvê-lo à lateral esquerda, mesmo queimando uma substituição. 90 minutos depois, é fácil dizer que foi uma má decisão. Fosse por se sentir mal ou não, trouxe pouco ou nada à equipa — se a defender esteve benzinho, apesar de uma ou outra correria de Miguel Gutiérrez lhe ter dado dores de cabeça, a atacar foi quase zero. E não lhe faltou espaço ou oportunidades, sobretudo depois da expulsão de Barkas, mas as desmarcações foram sem convicção, os centros sem direção, os passes sem precisão.

(6) Stephen EustáquioFoi o melhor dos dragões nos minutos iniciais, pelo dinamismo que empregou à equipa, pela forma como conseguiu fazê-la ganhar metros, pelos passes de qualidade capazes de rasgarem a defesa adversária, como aos 12', quando isolou Gabri Veiga de primeira, ou aos 23', quando encontrou Borja Sainz na área para o espanhol falhar o remate. Mas podia ter feito melhor aos 42' — em vez de rematar de primeira, na área, quis fintar e perdeu boa ocasião de golo. No segundo tempo estava mais desaparecido e saiu logo a seguir ao 1-1, para a entrada de Froholdt, mas o FC Porto nada ganhou com isso.

(5) Pablo RosarioPrimeira parte para esquecer: desconfortável com a bola nos pés, escondeu-se nas saídas a jogar, permitindo que a pressão inicial do Utrecht funcionasse quase sempre. Mas subiu muito na segunda parte, foi ele próprio importante fonte de pressão no meio-campo dos neerlandeses, ganhou bolas, livres, ajudou a empurrar o Utrecht para trás.

(5) PepêPouco inspirado, trabalhou, tentou envolver-se pela direita, mas foi ineficaz — o melhor momento terá sido aos 42', quando lançou Eustáquio na área, mas o médio desperdiçou. Ficou a centímetros de desvio ao segundo poste aos 51', após centro de Gabri Veiga, e três minutos depois era substituído.

(5) Deniz GulFuncionou sobretudo como pivô, recebendo a bola de costas para a baliza, ajudando o FC Porto a ganhar metros. Aí, tabelou várias vezes bem, e é de um seu passe de primeira para Eustáquio que nasce o primeiro lance de perigo, desperdiçado por Gabri Veiga. Só que nunca conseguiu virar-se depois de receber a bola, e ao jogar para ao lado e para trás ajudou a tornar o futebol do dragão mais previsível. De qualquer forma, está no lance do golo, com um remate que obrigou Barkas a defesa incompleta para a recarga vitoriosa de Borja Sainz.

(6) Borja SainzNão desperdiçou no momento mais importante, aos 66' (ao contrário do que acontecera aos 17' e 23'), aproveitando a defesa incompleta de Barkas para fazer o 1-1, de primeira, com frieza total. Foi o momento alto de uma exibição que só voltou a ganhar vida nos dez minutos finais — terá sido o dragão mais empenhado em chegar à vitória, e o único que percebeu onde podia encontrar espaços dentro da muralha neerlandesa, mas Zaidu raramente lhe fez chegar a bola no momento certo e no sítio ideal.

(5) William Gomes O herói de Salzburgo entrou para a direita, procurou várias vezes vir para o meio, procurou o seu pé esquerdo, mas encontrou sempre um muro no caminho da baliza. E com isso tirou também profundidade ao lado direito.

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(4) Froholdt Entrou logo a seguir ao 1-1, dois minutos depois viu o amarelo e não demorou muito a largar o meio-campo para funcionar como segundo avançado. Perdido junto dos centrais contrários, quase não se viu, a não ser aos 90+4', com um cabeceamento para trás, para remate de Prpic, em que, se tivesse lido bem o arco da bola, poderia ter cabeceado à baliza.

(4) Alberto — Conseguiu estancar o perigo que Cathline e El Karouani iam criando à esquerda, embora o mérito seja discutível — em inferioridade numérica, foi mesmo o Utrecht que prescindiu de atacar. Mas pedia-se que se envolvesse no ataque, e nunca conseguiu desequilibrar.

(-) SamuEntrou para o último quarto de hora (contando com a compensação), mas foi presa fácil para a defesa neerlandesa — mesmo aos 90+3', quando se desmarcou bem para receber passe de Borja Sainz, foi seguido de perto e o remate acabou intercetado.