Conceição «completamente aziado» após jogo «contra mais do que um clube»
Sérgio Conceição surgiu na sala de Imprensa do Dragão como se tivesse vindo de um funeral, cabisbaixo, voz embargada, até mostrando dificuldades em lidar com 2 ou 3 questões de uma assentada, o que nem lhe é habitual. Antes mesmo de começar a falar a linguagem corporal já dizia tudo...
«Foi jogo muito bom, muito acima da média, da nossa parte. Entrámos com o onze do jogo passado, anulámos muitos dos pontos fortes do Barcelona e conseguimos provocar situações no último terço… Faltou alguma eficácia nossa e não nossa… mas no geral estou muito orgulhoso da forma determinada, ambiciosa e do trabalho que realizámos, mas isto é alta competição, temos de estar focados e concentrados o jogo todo e quando isso não acontece pagamos caro esses momentos em que cometemos erros não forçados», começou por dizer, logo aludindo ao erro que custou a derrota.
Elogiou o trabalho, entrega e determinação da equipa, mas faltou o que, identificou, a equipa mais precisava frente a uma equipa como o Barcelona: maturidade.
«Que falta ao FC Porto para ser equipa mais concretizadora? A cada ano temos de refazer a equipa e os inícios nunca são fáceis, faz parte da evolução de cada um dos jogadores, que depois torna o coletivo mais forte. É por aí, é por aí... toda a gente vê que fizemos um jogo excelente dentro da estratégia definida, ante clube com tanta qualidade individual, mas no fim deste jogo temos zero pontos, não fomos buscar nada, e a alta competição requer alta maturidade», apontou.
A seguir criticou a arbitragem de Anthony Taylor e fez trocadilho com o lema do Barcelona, mais do que um clube...
«Do árbitro, já disse na flash, já nem sei quantas foram…, disse que jogámos contra mais do que um clube e está tudo dito… Noutros anos falei e disse que éramos pequeninos na Europa, fui muito criticado, por isso limito-me a dizer isto», justificou.
Quando o tema foi o erro de Romário Baró que deu o golo ao Barcelona, a azia ainda ficou pior... «Como senti o Baró no final? Não senti, ainda não estive com ele», atirou. E nem respondeu quando lhe perguntaram o que tinha achado do aplauso do Dragão a Baró aquando da substituição... Foi um silêncio ensurdecedor...
A terminar, confessou o que já toda a gente tinha percebido quando lhe perguntaram sobre o tema da roda com os jogadores no final da partida.
«Já disse, dentro do que foi o meu discurso aqui, que estava orgulhoso, mas se queremos atingir patamar mais elevado não é a dedicação, a entrega, é o lado emocional, o estar ligado sempre ao jogo durante 98 ou 120 minutos… Frente aos melhores clubes do Mundo paga-se e isto deixa-me completamente aziado, é isto…», atirou, deixando depois a sala.
Artigos Relacionados: