Fernando Cruz, antigo lateral-esquerdo, morreu, este sábado, aos 84 anos, vítima de doença prolongada. Internacional A por Portugal, Cruz foi um dos jogadores mais utilizados pelo Benfica nas duas conquistas da Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 1960/61 e 1961/62, com nove jogos na primeira e sete jogos na segunda conquista da maior competição europeia de clubes

Choque de realidade, fato-macaco e Akturkoglu: tudo o que disse Bruno Lage

Técnico do Benfica não escondeu a satisfação pela conquista dos três pontos na Amadora, elogiou Prestianni e explicou a adaptação dos reforços ao futebol português

-Que análise é que faz ao jogo diante do Estrela da Amadora?

-Foi uma vitória é muito importante, queríamos começar o campeonato a vencer. Dedicamos a vitória e os três pontos ao Cruz [falecido no dia de hoje], bicampeão europeu pelo Benfica. Dedicamos também aos nossos adeptos, que nos apoiaram do princípio ao fim. Fomos equipa, vestimos o fato-macaco e aquilo que é mais importante é olharmos para aquilo que temos feito nos últimos quatro jogos: quatro vitórias, zero golos sofridos e temos ainda algum caminho para percorrer.

-Foi uma boa exibição do Benfica?

-Há jogadores que não têm tantos minutos de jogo como outros e que amanhã [domingo vamos tentar organizar um jogo para dar aos jogadores que não têm tantos minutos, um jogo de treino, para terem o mesmo volume de jogo e para termos toda a gente pronta. Numa pré-época normal, vamos organizando jogos para toda a gente estar pronta para jogar 90 minutos. Há jogadores, por aquilo foi a nossa pré-época, que ainda não tiveram esse espaço de jogo-treino para o fazer. Por isso é que hoje optamos por esta equipa, que é a que tem mais minutos e dinâmica coletiva. São três pontos muito importantes para nós. O mais importante foi o resultado. Quando olhamos para o que fizemos já nesta época, ganhámos Supertaça, quatro vitórias, zero golos sofridos e agora é preparar o jogo da Liga dos Campeões [em Istambul, diante do Fenerbahçe]. No Benfica não há jogos de milhões, ,há jogos que temos que vencer. Independemente do campo, do estádio, do adversário, temos que jogar para ganhar. Alguns jogadores estão a jogar pela primeira vez jogos fora da Liga Portuguesa. Até disse em jeito brincadeira, Welcome to Portuguese League, porque é isto. As equipas a jogar em casa como o Estrela são muito aguerridas. O Estrela já tinha feito um jogo muito bom no campo do Estoril, e voltou a fazer um grande jogo, mas quando olho para aquilo que nós fizemos e para as oportunidades que criámos, penso que fomos justos vencedores.

-É o terceiro jogo consecutivo em que o repete o onze. A exibição desta equipa convenceu-o hoje ou para o próximo jogo [Fenerbahçe em Istambul] podemos esperar mudanças?

-Cada jogo tem a sua estratégia. Estamos a fazer uma pré-época a ter os jogos oficiais. Vamos ter ao longo do ano jogos assim, em que por vezes os resultados são melhores que as exibições. A equipa correspondeu, logo, muito bem e fez três sólidas exibições. Hoje a equipa esteve segura, esteve solidária, percebeu muito bem o jogo, o estado do relvado, o adversário que não gosta de jogar muito curto e tenta atrair a nossa pressão para meter gente muito rápida a correr as costas, a trocar constantemente avançados muito perigosos para correr e atacar o espaço na profundidade. A equipa soube interpretar bem isso, esteve sempre consistente e compacta, quer atacar, quer defender.

-Que razões é que encontra para o Benfica ter tido tantas dificuldades em controlar o jogo e ter ficado tão exposto a várias oportunidades flagrantes do Estrela?

- São questões facilmente identificadas, já analisámos. Vou falar primeiro com a equipa sobre um ou outro detalhe em que perdemos a bola em determinados sítios que originaram oportunidades para o Estrela. Mas naquilo que são aspectos que seriam muito interessantes de colocar aqui em campo, que era a agressividade nos duelos estarmos juntos e compactos penso que a equipa cumpriu.

-O que é que tem achado das exibições de Richard Ríos e da sua integração na equipa?

-Estou muito contente com toda a gente e, se há coisa que nós temos que fazer é evoluir o nosso campeonato português. O Benfica tem outras condições que outros clubes não têm, mas jogar no Estádio da Luz com aquele tapete maravilhoso é completamente diferente do estado do relvado de hoje. Acho que é um apontamento negativo, temos de reconhecer, porque há bons relvados e outros infelizmente não são e isso condiciona também a qualidade do nosso jogo, mas também do Estrela. Na bancada pode parece que está um tapete vermelho, vermelho não... eu posso dizer verde (risos). Na bancada parece que está verde e tudo muito bonito, mas está irregular, a bola vai saltando, e a qualidade técnica é diferente

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-Depois do jogo os adeptos estavam satisfeitos com o resultado, mas não com a exibição. A equipa entrou em campo já a pensar na Liga dos Campeões?

-Os adeptos têm razão, até pela forma como a equipa entrou na época e proporcionou boas exibições. No entanto, a equipa não entrou a pensar no jogo de quarta-feira, esteve concentrada, ligada, correu, lutou, como lhe disse. Era o jogo da equipa vestir o fato-macaco e vencer o jogo. A equipa cumpriu e estamos contentes com a vitória. Sabemos que temos um longo caminho para percorrer, contamos com os jogadores todos, temos que continuar a trabalhar para melhorarem fisicamente e estarem todos disponíveis para jogar 90 minutos. Temos muitos jogadores a chegar com competição a decorrer. Ficámos contentes com as três primeiras exibições, mas sabemos que temos um longo percurso a fazer para a equipa crescer.

-Acha normal o Rios ter ido a um concerto na véspera de um jogo?

-O que eles fazem na vida privada é com eles, há um regulamento interno, e desde que o respeitem, está tudo bem. A indicação que cumpriu. Eu não sou polícia, não ando atrás dos jogadores, eu normalmente até tenho por regra minha que depois das oito da noite de véspera de jogo, não saio de casa, já para não ter esses problemas. Mas há algum regulamento interno, há nossas regras, e o atleta cumpriu, por isso não há nenhum problema. A informação que tenho é que foi ao concerto, ofereceu a camisola, e foi para casa.

-Porque é que Akturkoglu não jogou, tem a ver com a saída do jogador?

Não foi por opção, porque o jogo não pedia a entrrada do Aktur, apenas isto. Optámos pelo Barreiro no meio, o Andreas [Schjelderup] fez um bom jogo contra o Nice, o Pretianni entrou muito bem, sentimos que podíamos ter um homem que pudesse jogar por dentro e também por fora, para ter o Samuel [Dahl] na construção e poder criar situações de 1x1, de um contra um, o Prestianni está a fazer um excelente trabalho, está a evoluir, por isso optámos por ele. O mais importante é que nós sentirmos que o Aktur está de corpo e alma no Benfica, fez um início de época muito bom e a qualquer momento pode ser a opção para a equipa vencer.