Peixoto: «Mourinho? Não estava a pensar em reencontrá-lo tão cedo»

Ao início da tarde de quinta-feira, César Peixoto fez a antevisão do duelo do Gil Vicente de amanhã com o Benfica, em que a turma de Barcelos poderá, em caso de vitória, ultrapassar os encarnados na classificação da Liga.

Sobre a fase que os galos vivem atualmente, o treinador não esconde o bom momento, mas não cavalgou em euforias.  

«Estamos numa fase ascendente, tanto em termos de resultados como em termos exibicionais, mas não nos deslumbramos. Ainda há muito para crescer, individualmente e coletivamente e sabemos que vamos ter pela frente um adversário com muita qualidade individual, estádio cheio, uma equipa que luta pelo título».  

O encontro de amanhã marca o reencontro de César Peixoto com o seu antigo treinador José Mourinho, com quem conquistou, entre outras coisas, uma UEFA Champions League ao serviço do FC Porto.  

«Não estava a pensar em reencontrá-lo tão cedo, mas tudo é possível no futebol. Acabou por se concretizar. É verdade que foi meu treinador, é verdade que me contratou do Belenenses para o FC Porto na altura ganhámos muita coisa juntos, mas neste momento ele é treinador do Benfica e eu do Gil Vicente e quero ganhar-lhe». 

Os gilistas vão à Luz enfrentar um Benfica que tem vindo a marcar passo em casa, não vencendo nas últimas três partidas. Ainda assim, o técnico não acredita que irá encontrar um adversário fragilizado, muito pelo contrário.  

«Uma equipa grande, jogando em casa, vai estar sempre forte. O Benfica vai entrar forte para o jogo, luta pelo título, não pode perder pontos. Com a nossa humildade, com a nossa organização, vamos lá lutar pelos três seja quem for o adversário. É dessa forma que vamos encarar este jogo, olhando mais para nós, para no final fazermos as contas e vermos o que é que vai resultar, mas acredito que vamos ser competitivos e vamos à Luz fazer um bom jogo». 

Com dois golos sofridos em seis jornadas, ambos contra o FC Porto, o registo defensivo dos minhotos tem saltado à vista de todos. Apesar não ser um objetivo específico para o qualquer jogo, o técnico assume que a organização defensiva é uma das prioridades no jogo gilista.  

«Trabalhamos sempre dentro do que é a nossa organização defensiva, tentando ter a capacidade de não sofrer. Isto está na cabeça da equipa, sabemos que um dos nossos pontos fortes é a organização. Toda a gente sabe o que fazer com e sem bola e isso reflete-se defensivamente, não temos sofrido golos felizmente, nem concedido tantas oportunidades quanto isso». 

A finalizar, o treinador garante que a equipa não irá mudar a identidade só porque irá visitar um dos estádios mais complicados da Liga Portugal Betclic, apesar de isso poder resultar num maior domínio encarnado em alguns momentos do jogo.  

«É preciso saber quando estamos a jogar mais baixo, num bloco médio ou num bloco mais alto. Vamos tentar ter a capacidade de ter bola, lutar jogo pelo jogo, sabendo que vamos jogar contra uma grande equipa e que, em alguns momentos, é natural que o Benfica tenha mais posse de bola. Espero que seja um bom jogo, em que estejam em campo três boas equipas e que estas polémicas que existem à volta do último jogo não afetem nada nem ninguém». 

Benfica e Gil Vicente enfrentam-se amanhã, no Estádio da Luz, às 20h15.