Castillo sofreu três golos mas quase defendeu o impossível. Foto: Rogério Ferreira/KAPTA +
Castillo sofreu três golos mas quase defendeu o impossível. Foto: Rogério Ferreira/KAPTA +

Castillo ficou quase sozinho a defender o castelo (as notas dos jogadores do V. Guimarães)

Na primeira parte os equilíbrios foram-se mantendo, mas após o intervalo o assalto encarnado à (frágil) fortaleza vimaranense foi decisivo; expulsão e 0-2 em poucos minutos acabaram com tudo
A figura do V. Guimarães: Castillo (6)
Talvez — sublinhe-se o 'talvez' que daria discussão académica — pudesse ter feito algo mais no primeiro golo do Benfica, mas não cabe propriamente ao guarda-redes a cobertura do primeiro poste num canto, sobretudo com marcação à zona e a zona bem preenchida. Feita a ressalva, é justo dizer que, mesmo tendo sofrido três golos, o jovem colombiano sai da noite vimaranense muito mais vítima que culpado, e se o resultado ficou pela pré-goleada bem que os adeptos podem agradecer-lhe não ter chegado a números humilhantes. Seguro na primeira parte, com o jogo em banho-maria, deu na segunda parte, desde que se iniciou o assalto ao castelo, um recital de boas defesas. Mas pouco poderia fazer sozinho pelos pontos, como ficou patente no último golo encarnado: uma grande defesa... e um adversário solto pronto para a recarga.

4 Miguel Maga — Prestianni saiu ao intervalo, mas não por estar mal no jogo. Saiu porque tinha um cartão amarelo (fruto justamente de uma pega com Maga) e porque Mourinho queria mexer na dinâmica da equipa. O lateral vimaranense experimentou dificuldades com o extremo argentino desde cedo e nunca conseguiu sair dessa amarra.

5 Óscar Rivas — Provavelmente o mais esclarecido dos defesas vitorianos numa partida que esteve longe de correr de feição ao grupo, como aliás tem sucedido ao longo da Liga — só num de dez jogos o Vitória não sofreu golos. Na primeira parte o ritmo foi leve e deu para ir embalando, na segunda também foi apanhado pelo vórtice da ofensiva encarnada.

4 Abascal — Um pouco à imagem do companheiro do lado, deu para os gastos no primeiro tempo e até teve dois cortes vistosos perante Pavlidis. Acontece que no canto do 1-0 foi um dos homens de branco que ficou a ver, sem conseguir contrariar o central encarnado, Tomás Araújo correr, preparar o salto e concretizar o cabeceamento que desbloqueou o resultado.

4 João M. Mendes — Calhou-lhe a fava. Lukebakio está a tornar-se um caso sério no Benfica e na Liga e foi precisamente com ele que João Mendes teve de se haver. Tal como os restantes colegas da defesa aguentou-se bem na primeira parte, mas foi pelo lado dele que o belga partiu a loiça e ajudou a decidir o jogo nos 15 minutos de assalto desenfreado ao castelo de Guimarães.

6 Beni — Traçou as directrizes do jogo na primeira parte e ajudou a equipa a manter o Benfica longe das zonas de perigo durante a maior parte do tempo. Não perdeu lucidez na segunda parte, mas perdeu companhia, com a expulsão de Blanco. E perante o domínio encarnado ainda muito foi fazendo, embora sem tração para mudar o rumo que a partida tomou logo após o descanso.

4 Diogo Sousa — Exibição apagada. Certamente esforçada, mas pouco profícua. Foi sem surpresa que fez parte do primeiro pacote de alterações de Luís Pinto, quando o treinador vimaranense ainda achava possível contrariar a forte reentrada do Benfica e a infeliz expulsão do seu jogador.

6 Telmo Arcanjo — Foi, desde o primeiro minuto, o mais esclarecido, motivado e empreendedor jogador do Vitória. Capacidade física e técnica acima da média e muito foco nas funções fizeram dele um dínamo das tentantivas de ataque e um elemento de confiança a defender o flanco direito. Aos 26 minutos, por exemplo, teve um corte magistral e arriscado dentro da própria área, roubando o pão a Dahl. Ainda tentou rematar à baliza de Trubin e espantou de certa forma ter sido um dos sacrificados na operação «minuto 61» operada após a expulsão de Blanco. Ironicamente, Dahl marcou no minuto seguinte...

6 Samu — Não está isento de culpas na má cobertura feita ao primeiro poste no primeiro golo do Benfica, mas fez muito pela equipa, honrando a braçadeira de capitão e o estatuto efetivo de líder em campo. Defendeu, atacou, tirou dois amarelos a jogadores do Benfica (um até com um tom no mínimo alaranjado), rematou e lutou muito. Não completou o jogo, admite-se que por esgotamento físico.

3 Fabio Blanco — As recomendações são claras, o nosso especialista Pedro Henriques explica-as: entradas como as que Fabio Blanco protagonizou aos 56 minutos são motivo de cartão vermelho direto. Não magoou seriamente Leandro Barreiro, mas poderia tê-lo feito, mesmo que sem intenção. Assim como soa estranho, em tempos de VAR, ainda ver jogadores a puxar, empurrar e dar cotoveladas nas áreas após a marcação de cantos ou livres, começa a ser inacreditável ver futebolistas entrar de sola frente a um companheiro de profissão. E João Pinheiro nem precisou do videoárbitro. Sim, certamente Blanco não o fez com intenção de magoar o adversário, mas se alguém atropela um peão numa passadeira também não o fará de propósito, e no entanto...

5 Camara — Entregue a missão inglória, que mais inglória se tornou quando a equipa ficou reduzida a dez. E quando poderia ter sido glorioso falhou, logo aos oito minutos. Estava em fora de jogo, mas se não estivesse teria os adeptos à perna a perguntar como não aproveitou a única verdadeira oportunidade do Vitória.

4 Miguel Nóbrega — Entrou no meio do furacão, pouco acrescentou, pouco retirou. Quando abriu os olhos o jogo estava decidido.

4 Mitrovic — O mesmo que Miguel Nóbrega e Vando Félix. Depois do segundo golo do Benfica tratou-se tudo de correr atrás de um prejuízo que já estava descontado.

4 Vando Félix — Um minuto depois de entrar, ele e dois dos companheiros que também tinham entrado deixaram livre a avenida por onde Dahl subiu para o 2-0.

4 Nélson Oliveira — Missão ainda mais inglória que a de Camara.

Saviolo — Entrou.

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