Victor Seabra Franco esclareceu junto de A BOLA a razão pelo atraso do início das obras de melhoramento de Pina Manique e ainda antecipou a constituição de uma SAD no Casa Pia, a concretizar nas próximas semanas. Foto: Casa Pia AC

Casa Pia: «Terras contaminadas» atrasam obras em Pina Manique… e vem aí SAD

Victor Seabra Franco justifica a A BOLA o atraso no início das obras do Estádio Pina Manique; presidente do clube lisboeta anuncia ainda estar a negociar com Tiago Lopes a constituição de uma SAD, de forma a garantir o financiamento para iniciar a empreitada

No dia 6, Victor Seabra Franco foi reconduzido na presidência do Casa Pia, prolongando a sua estada aos comandos do clube por mais três anos (até 2028) numa caminhada já longa para o líder casapiano, que se encontra em funções desde 2006 e até já não contava recandidatar-se – porém, há dois pontos de honra dos quais não abdica e sobre os quais se pronunciou, em conversa com A BOLA.

O presidente casapiano deu conta de «dois problemas» a resolver: o primeiro, as obras do Estádio Pina Manique (pelas quais o clube aguarda desde 2022, altura em que iniciou a sua caminhada na Liga principal) e, o segundo, a constituição de uma SAD para o futebol profissional, obrigatório para obter o financiamento necessário para que essas mesmas obras possam arrancar.

Relativamente às obras de melhoramento, antes mesmo de começarem os trabalhos e já ultrapassado os trâmites relacionados com as licenças emitidas pela Câmara Municipal de Lisboa, o emblema lisboeta viu-se colocado perante outro imprevisto. «Já tínhamos autorização e licença para construção, mas a Agência Portuguesa do Ambiente diz que as terras têm de ser todas removidas por estarem contaminadas. Aqui na região de Lisboa, as terras são todas iguais, de origem vulcânica», lamentou.

O presidente do Casa Pia, Victor Seabra Franco, concentra o seu foco em garantir o arranque das obras de melhoramento do Estádio Pina Manique. Para tal, será constituída uma SAD nas próximas semanas. Foto: Casa Pia AC

«Apanhámos tudo, com todas as exigências. Não há facilidade nenhuma e há quem não compreenda, que nunca mais começamos… Não começamos porque as várias entidades estão a cumprir a lei, mais depressa ou mais devagar, e há que assegurar agora isto. Depois, vamos negociar o financiamento das obra no estádio com a Mota-Engil (empresa que será responsável pela empreitada)», explica o presidente da direção do Casa Pia.

E será aí que entra o segundo ponto a resolver: a constituição de uma SAD; Victor Seabra Franco explica porquê. «A condição prévia para negociar é que, antes de se assinar o contrato de construção com a Mota-Engil, a SAD terá de estar já constituída. O que existe é um contrato de gestão da equipa profissional com o investidor, representado pelo Dr. Tiago Lopes. Este é outro dos assuntos pelos quais vou ficar, é porque estamos também a negociar e a tratar a constituição da SAD, e que já esteja constituída brevemente», desejou.

«Neste momento é tudo ao mesmo tempo: as prioridades são a constituição da SAD e a licença da Agência do Ambiente, sendo que com a Câmara está resolvido, a Liga também conhece o projeto de arquitetura e, portanto, também já deu a sua opinião. Pela Liga, também está tudo projetado e tudo tem de estar de acordo com as suas exigências. Não vamos começar a jogar em Pina Manique quando o estádio estiver a 100%, pode acontecer que seja quando estiver a 80%», antecipou o presidente casapiano.

Um cenário futuro que, reconhece, ainda vem longe. «Agora, vamos esperar. Vamos tirar terra, colocar terra, iniciar a obra e só depois, pensaremos em regressar ao Estádio Pina Manique, não na próxima época, mas sim na seguinte [26/27] – e, mesmo isso, só seria se tudo corresse muito bem», esclareceu, por fim.