Patrick Sequeira é o sucessor de Keylor Navas na seleção da Costa Rica, mas o veterano guarda-redes de 38 anos ainda não pendurou as luvas. Copyright: Urbanandsport/IMAGO - Foto: IMAGO

Patrick Sequeira: «O meu futuro está na Europa»

Guarda-redes está na seleção a disputar a Gold Cup e luta pela titularidade com Navas, provavelmente o mais carismático jogador de sempre da Costa Rica; tem mercado, mas para já... não pensa na saída

Patrick Sequeira não esconde o «objetivo» de disputar o Mundial 2026 pela Costa Rica, sem se mostrar amedrontado com a carreira do concorrente Keylor Navas, vencedor de três Ligas dos Campeões e quatro Mundiais de clubes, entre outros grandes títulos... Uma grandeza que apenas o motiva e não preocupa quem, face a uma época de destaque, acendeu o mercado – o guardião é seguido por diversos emblemas, não perde o seu foco no dia a dia e no trabalho.

Face à época que realizou, o Patrick tornou-se um guarda-redes muito cobiçado e, já em janeiro, suscitou o interesse de alguns clubes, sendo que a hipótese que mais se falou está no Brasil e mais precisamente o Bahia, que voltou a ser notícia nas últimas semanas. Como olha para isso? Nunca jogou no Brasil, é um destino que lhe poderia agradar no futuro? Ou a sua intenção passaria por um percurso mais longo na Europa?

- Neste momento tenho contrato com o Casa Pia, por mais três anos [duas épocas de ligação + uma de opção] e estou muito contente aqui, mas no futebol nunca se sabe. Então… da minha parte o que me toca neste momento é continuar a trabalhar e ajudar a equipa. O meu futuro está na Europa e tenho de continuar a trabalhar e fazer o que compete pelo clube.

Pegando nessas suas palavras, acredita que há ainda um caminho a construir no Casa Pia, que ainda não terminou? Depois desta temporada histórica, faz sentido para si construir algo mais na equipa, que pode ter outro tipo de ambições depois da época que fez?

- Bem, vamos ver a próxima época, iremos passo a passo. Temos de continuar a trabalhar, eu terminar bem esta época [irá disputar a Gold Cup pela Costa Rica] e ver o que acontece na seguinte e depois veremos, há que trabalhar para isso pois esta liga é muito competitiva e forte.

O Patrick é um jogador com um estatuto muito importante no seu país. É elogiado pelo povo da Costa Rica e pelo selecionador face à qualidade que tem mostrado em Portugal. É um alento extra para si?

- Sim, claro! Totalmente. Estou muito contente com isso, com o apoio que me dão no meu país. É uma motivação para mim saber que estou a sair-me bem. Faz parte do meu trabalho fazer bem as coisas, também na Costa Rica.

O Patrick tem uma responsabilidade extra, de jogar numa seleção, a Costa Rica. na qual o guarda-redes que o precede – e com o qual concorre - é uma figura, uma lenda e possivelmente o jogador de mais história do futebol do país. Sente a importância da sua função de rivalizar com Keylor Navas?

- Sim, claro, completamente. É mais uma motivação para mim saber que tenho de trabalhar muito para dar um bom nível à baliza da minha seleção e não baixar a fasquia.

Disputar o Mundial-2026 é um objetivo. Ter Navas como rival? É mais uma motivação para mim

Há pouco tempo, o Patrick dizia-nos que, além de uma lenda, considera Navas um amigo, pois partilha com ele a baliza da Costa Rica. Ele reconsiderou a reforma e está de regresso à seleção, como olha para essa situação? Considera positivo para si voltar a ter a concorrência dele?

- É importante para a seleção, pois creio que aumenta a competitividade na baliza, e sei que vai ajudar a equipa, independentemente de quem vier a jogar. Se sinto ter o lugar em risco? Não, porque, como lhe disse anteriormente, é algo que vai ajudar a equipa e, para mim, o mais importante é a equipa e se me tocar a mim jogar., sei que o Keylor me vai apoiar, se tocar ao Keylor jogar, eu vou estar sempre a apoiá-lo. Então, esse é um benefício para a seleção e, independentemente de quem jogue, irá fazê-lo da melhor maneira.

A próxima época antecederá o Mundial 2026, pelo que poderá disputar a competição como jogador do Casa Pia. O clube pode garantir-lhe essas condições para chegar ao Mundial como titular do Casa Pia e da Costa Rica numa competição como esta?

- Sim, sim! É algo que pode acontecer e, como tal, temos de trabalhar muito na próxima época para estarmos a um grande nível e jogarmos o Mundial e eu disputá-lo enquanto jogador do Casa Pia.

Já disse estar satisfeito no Casa Pia. O que se segue para si até ao Mundial, que estará no topo das suas prioridades?

- O Mundialé um dos objetivos que tenho, mas ainda falta um ano para que aconteça. Então, neste momento há que focar primeiro no trabalho do dia a dia e, quando lá chegarmos, fazê-lo a grande nível.

Que aspirações acredita que o Casa Pia poderá ter na próxima época? Poderá pensar em alcançar competições europeias?

- Temos ambição, mas temos de ser comedidos e, primeiro, treinar bem, jogar bem e fazermos as coisas como temos estado a fazê-las e logo se verá o que se segue na próxima temporada.

É ainda jovem. O que seria para si uma carreira bem conseguida e sentir-se realizado?

- Passo a passo. Creio que a minha carreira foi de menos a mais e então, só me resta trabalhar muito para ver até onde posso chegar. Neste momento, é continuar a desfrutar o que está a acontecer e sinto-me muito contente.