Sérgio Conceição, treinador de Karim Benzema no Al Ittihad - Foto: Al Ittihad
Sérgio Conceição, treinador de Karim Benzema no Al Ittihad - Foto: Al Ittihad

Benzema elogia Sérgio Conceição: «São coisas que não fazíamos antes»

Avançado francês falou sobre a sua experiência no futebol saudita, ao serviço do Al Ittihad, agora orientado pelo técnico português, entre outros temas

Karim Benzema está a completar a terceira temporada na Arábia Saudita ao serviço do Al Ittihad, agora orientado por Sérgio Conceição, e fez um balanço desta sua nova aventura, depois de muitos anos no Real Madrid, sendo que está em final de contrato, mas não pretende abandonar o futebol em 2026.

«Um balanço muito bom, porque era um projeto global. Eu estive no início do projeto saudita com o futebol, para tentar desenvolvê-lo. Nesse aspeto, o início foi um pouco difícil, porque, para mim, foi uma mudança radical. Descobri outro futebol, outra mentalidade. Foi como recomeçar do zero, mas com toda a minha experiência em clubes na Europa, foi ficando cada vez melhor. Na minha primeira temporada, o meu nível futebolístico era mediano. Muito mediano, mesmo, mas estou sempre com o objetivo de progredir, porque jogo futebol com essa mentalidade, essa motivação. E, a cada vez, tenho de tentar buscar algo. A minha segunda temporada foi muito, muito boa. Recuperei boas sensações. Com uma boa equipa, jogadores muito bons, golos e títulos», começou por dizer, em entrevista ao L'Équipe, garantindo que há qualidade na liga saudita, embora não seja ao nível de que fala, por exemplo, Cristiano Ronaldo.

«Não assinei contrato apenas para jogar futebol. O meu papel não se resume a isso. É também desenvolver o país, ajudar os jovens jogadores sauditas aqui. Mostrar-lhes o que se pode fazer, o que se faz na Europa. Com a minha experiência, mostrar-lhes o caminho certo a seguir. Não se pode pensar que aqui é fácil! Não está ao nível da Europa, mas não está longe. É muito simples: acho que, em três anos, o futebol já evoluiu muito aqui. Está mais físico, mais rápido e vai continuar a melhorar. No Mundial de Clubes vimos que o Al Hilal enfrentou o Real Madrid (1-1) e eliminou o Manchester City. Portanto, não se pode pensar que é fácil aqui!», explicou, elogiando também o treinador português, que está a tentar mudar as coisas no clube.

«Não está ao nível da Europa, mas não está longe. Uma equipa europeia que joga contra uma boa equipa saudita não vai ganhar por 5-0. Isso é um sonho, não estamos a jogar PlayStation. Agora, não se pode ir mais rápido do que a música. O nível, os treinos, ainda não têm a mesma intensidade que na Europa. Mas, aos poucos, estamos a chegar lá. Nós, por exemplo, temos um treinador europeu [Sérgio Conceição] e trabalhamos muito fisicamente. São coisas que não fazíamos antes», atirou, desvalorizando o facto de estar perto do fim de contrato.

«Eu concentro-me realmente no que faço, seja nos meus últimos seis meses, seja depois, se eu renovar. Há pessoas mais bem colocadas para falar sobre isso. Neste momento, tenho mais seis meses de contrato, por isso estou totalmente focado no futebol. Na minha cabeça, estou programado para dois anos. Não tenho nenhum clube em mente. Tenho dois anos para jogar futebol e vou dar o meu máximo. Vou lutar durante dois anos. É trabalho. Em campo, dou tudo. É como se tivesse 20 anos na minha cabeça, em termos futebolísticos. Vou jogar mais dois anos ao mais alto nível, porque estou mentalmente preparado para jogar dois anos», afirmou o francês, revelando que quer continuar ligado ao futebol depois de terminar a carreira, possivelmente ao Lyon, seu clube de formação, mas não sabendo ainda em qual papel.

Benzema no Mundial 2026?

Um dos focos principais da entrevista do L'Équipe a Karim Benzema foi o facto do avançado não fechar a porta à seleção francesa com os olhos postos no Mundial 2026, apesar de não cair nas boas graças de Didier Deschamps, que, por outro lado, está de saída do comando técnico de França após o fim da competição.

«Como sou alguém que gosta de futebol e de competição, obviamente, se me pedirem para ir para a seleção francesa para jogar um Mundial e eu disser não, estou a mentir. Quando me chamam, eu venho, eu jogo. Tenho objetivos na minha cabeça. Gosto de futebol e gosto de ganhar. Gosto de troféus. É isso que mais me importa. Agora estou no meu clube. Se me chamarem para a seleção nacional, eu venho para jogar futebol. E é só isso», disse o atleta de 37 anos.

Zidane é o nome apontado à sucessão de Deschamps e isso agrada a Benzema, que foi treinado por ele em Madrid. «Se Zidane, um dia, for selecionador de França, ele vai ganhar, desejo-lhe o melhor. Não sabemos o que vai acontecer. De qualquer forma, Zizou vai vencer. Não importa o clube, a seleção... Onde quer que seja, ele vai vencer. É isso. Claro, ainda conversamos. Temos uma relação excepcional. Zizou é o treinador número 1», finalizou.