Aves Sad fez a festa no São Luís. Foto: Luís Forra/Lusa

Aves voaram nas asas de Ochoa e gelaram o São Luís

Avenses saem do Algarve com vantagem reforçada na luta pela manutenção. Algarvios não vencem há nove jogos na Liga. Ochoa segurou e Zé Luís decidiu de grande penalidade

Que enorme balde de água fria caiu no São Luís nos descontos, atirado pelos pés de Zé Luís e que gelou os quase seis mil adeptos que estiveram presentes. Mas que foi quentinha para a dúzia de apaniguados avenses que no final fizeram a festa.

Com a possibilidade de se aproximar do adversário na classificação – partiu para este jogo separados por 4 pontos - o Farense pegou nas rédeas e teve mais iniciativa atacante como, de resto, lhe competia. Os algarvios tiveram vontade, chegavam sempre primeiro à bola e ganhavam metros. Só que do outro lado encontraram um conjunto organizado e esse domínio territorial não teve correspondência em situações de perigo para a baliza de Ochoa.

E, até ao descanso, pertenceram ao Aves Sad as oportunidades mais claras, quando Rodrigo Ribeiro (25’) visou a baliza num remate cruzado e aos 45+3’, por Lucas Piazon, que surgiu isolado na direita, com Ricardo Velho a fechar a baliza e a defender.

Municiados pelos seus corredores, Pastor e Poloni tentavam dar profundidade ao Farense, contudo não houve forma de desequilibrar a defesa avense, faltando espaço na área para visar a baliza. Por isso, apenas por uma vez os algarvios criaram perigo, num cruzamento de Poloni que Yusupha (21’) desviou de cabeça, com a bola a rasar a barra.

Com dez minutos a abrir, o Farense reentrou a pressionar e por três vezes esteve perto do golo, com Yusupha (49’) a rematar em jeito ao lado, Rafael Rodrigues (53’) a tirar o pão da boca a Rony Lopes, que se preparava para finalizar na pequena área com a baliza à mercê e numa grande defesa de Ochoa (55’) a impedir o golo a Menino.

O Aves Sad soube depois baixar o ritmo e refrear os ânimos dos algarvios e o perigo só voltou a ameaçar a sua baliza perto do final, depois de Tozé Marreco ter prescindido de um central e forçado o ataque.

Contudo, uma muralha se ergueu e travou as intenções dos leões de Faro: Ochoa. O experiente guardião mexicano foi decisivo no assalto final e evitou o golo num tiro de Marco Matias, voando com uma ave para safar junto ao poste esquerdo.

Matias ajoelhou-se, certamente pressentiu que estaria ali a derradeira oportunidade do Farense e não se enganou. Nos descontos, John Mercado disputou a bola com Ricardo Velho e foi tocado pelo guarda-redes, com Tiago Martins, o VAR, a alertar o árbitro David Silva para a infração. Penalti que Zé Luís, não perdoou!

MELHOR EM CAMPO: OCHOA (AVES SAD)
O experiente guarda-redes mexicano não parece ter a idade que tem, mantendo uma agilidade que lhe permite ir buscar bolas que levam selo de golo. Exemplo disso foi o voou aos 88 minutos para sacar a bola junto ao poste esquerdo da sua baliza, rematada por Marco Matias, que levava a direção certa. São defesas que valem pontos e esta é, seguramente, uma delas.
O MELHOR DO FARENSE: MENINO
O médio lutou como gente grande, nunca dando uma bola por perdida, personificando a vontade do Farense. Na raça, ganhou muitos duelos no miolo, conseguiu chegar sempre primeiro à bola que o adversário e com olhos para a frente, surgindo amiúde perto dos colegas mais avançados. Aos 55 minutos atirou com convicção, mas Ochoa impediu-o de festejar.

As notas dos jogadores do Farense: Ricardo Velho (6), Artur Jorge (5), Cláudio Falcão (6), Lucas Áfrico (5), Pastor (6), Zé Carlos (5), Miguel Menino (6), Poloni (6), Rony Lopes (5), Tomané (5), Yusupha (6), Elves Baldé (5), Marco Matias (5), Rui Costa (5), Filipe Soares (5) e Aléx Bermejo (-)

As notas dos jogadores do Aves Sad: Ochoa (7), Tomás Tavares (5), Devenish (6), Aderllan Santos (5), Rafael Rodrigues (6), Lucas Piazon (6), Jaume Grau (5), Rodrigo Ribeiro (6), Lucas Fernandes (5), John Mercado (6), Zé Luís (6), Nacho Rodriguez (5), Gerson Rodrigues (5), Fernando Fonseca (5), Gustavo Mendonça (5), Tunde (5)

Tozé Marreco, treinador do Farense

«Não fomos eficazes nas ocasiões claras que tivemos. Uma vez mais é que fomos melhores, não fomos competentes no momento de fazer golo e depois surgem as situações que não controlamos. Novamente uma situação de penalty e novamente o VAR a chamar. Temos tido azar com o Tiago [Martins], que há duas semanas anteriores não viu a falta sobre Yusupha [no jogo com o FC Porto] e hoje na Cidade do Futebol conseguiu descobrir o penalti.»

Rui Ferreira, treinador do Aves Sad

«Jogo difícil, uma final. Jogo na maior parte do tempo repartido e com um bocadinho de maior ascendente do Farense. Na parte final, nos últimos 10 /15 minutos começámos a sentir confiança e a pegar no jogo, sentimos que poderíamos vencer e foi isso que aconteceu. Muito satisfeito pela vitória e porque em confronto direto nos afastamos um bocadinho mais do Farense.»