«Até Mourinho, nunca tinha tido um treinador tão obcecado com a vitória»

Marcus Rashford revelou que José Mourinho, o ajudou a deixar de estar «zangado a toda a hora», quando o treinou no Manchester United. O avançado de 27 anos confessou que se culpava duramente sempre que não fazia um jogo perfeito, independentemente de ganhar ou perder, mas que a abordagem própria do treinador português o ajudou a superar essa exigência.

Rashford, atualmente emprestado por uma época ao Barcelona, falava com Gary Lineker  no podcast The Rest Is Football. Quando Lineker perguntou quais os treinadores do United que mais o influenciaram, Rashford mencionou Louis Van Gaal, Mourinho e Ole Gunnar Solskjaer. Neste excerto da conversa nunca menciona Ruben Amorim, dando os três treinadores como exemplo da tese que desenvolveu ao longo da conversa no podcast – que a transição desde os tempos de Alex Ferguson, que deixou o comando da equipa em 2013, ainda não aconteceu.  

Rashford explicou o que distinguia os três e revelou que foi Mourinho – que liderou o clube entre 2016 e 2018 – quem mais o surpreendeu com os seus métodos únicos. 

«Sim, são diferentes, mas tivemos tantos treinadores diferentes», disse Rashford, referindo-se aos 10 treinadores que passaram pelo clube desde 2013. 

«É muito difícil, é impossível para mim comparar os treinadores, mas quando numa fase jovem, ainda em desenvolvimento, aprendes coisas que nunca… nunca ninguém te ensinou antes. 

«Até aparecer Mourinho, nunca tinha tido um treinador tão obcecado com a vitória», disse, interrompido por Lineker: «Van Gaal não era?»  

Rashford continuou: «O Van Gaal também queria vencer... mas ele queria vencer jogando um estilo de futebol bonito. O José não quer saber. Percebes? Desde que ganhes... claro que se pudesse escolher, ele quereria que jogasses bem. Mas se ganhas, ganhas. E passas para o próximo jogo.» 

O avançado explicou então como os métodos de Mourinho acabaram por ser uma boa mudança para si: «Ele tinha essa atitude. No início, era confuso para mim porque, ao longo de todo o meu desenvolvimento no United, o foco era jogar de uma certa forma, ganhar de uma certa maneira. Por isso, no início, eu estava sempre zangado – tipo, não jogámos bem hoje, apesar de termos ganho. Mas como ganhávamos, e ele é um treinador que só quer ser vencedor, não mencionava os aspetos que sabias que faltaram no jogo anterior – porque ganhámos. Mas quando perdíamos, aí sim ele falava sobre isso. Mas passados uns seis meses, aprendi a respeitar essa abordagem e comecei a colher os frutos dele como treinador.»