Marcus Rashford é um dos preteridos do treinador português (Imago) - Foto: IMAGO

Rashford identifica problemas do Manchester United: «Transição ainda nem começou» 

Avançado preterido por Ruben Amorim diz que clube não superou saída de Alex Ferguson

Marcus Rashford acredita que o Manchester United ainda não recuperou da saída de Alex Ferguson do comando técnico e tem apenas tapado buracos à procura de uma nova era, não conseguindo manter os «princípios» implementados pelo treinador escocês, que saiu em... 2013. 

O jogador de 27 anos não teve vida fácil depois da chegada de Ruben Amorim em novembro: foi afastado da equipa e no final de janeiro emprestado ao Aston Villa. Agora está cedido ao Barcelona e considera que os meses em que viu o clube de fora lhe deram a possibilidade de perceber o que está mal. 

Com o treinador português a ter a possibilidade de preparar a época desde o início, o United está a empreender mais uma reconstrução, após a sua pior campanha de sempre na Premier League.  

Rashford viu de perto o sucesso da equipa principal sob o comando de Ferguson, antes de ser lançado na equipa principal por Louis van Gaal. Tendo passado por José Mourinho, Ole Gunnar Solskjaer, Ralf Rangnick, Erik ten Hag e Amorim, acredita que os problemas no United têm sido os mesmos: falta de transição. 

«Mostrem-me uma equipa de sucesso que apenas se adapta», disse Rashford no podcast The Rest Is Football, com Gary Lineker, Alan Shearer e Micah Richards.. «Quando Ferguson estava no comando, não só havia princípios para a equipa principal, mas também para toda a academia, por isso podia-se escolher qualquer jogador de 15 anos para a equipa principal que ele saberia o que fazer», explicou.

Apesar de estar longe, Rashford continua a falar em ‘nós’ para referir-se ao clube de Manchester: «Às vezes sinto que o United fica ansioso para vencer, por isso tentamos sempre adaptar-nos e contratar jogadores que se encaixem neste sistema, mas isso é apenas reagir. Se as orientações estão sempre a mudar, não se pode esperar ganhar o campeonato. Pode-se ganhar uma ou outra taça, mas isso é porque se tem um bom treinador e jogadores decisivos na equipa, não se chega lá por acaso. É isso que algumas pessoas esquecem. Sim, temos estado muito abaixo do que as pessoas consideram ser o United, mas se dermos um passo atrás, o que eu tenho conseguido fazer, especialmente nos últimos seis meses [devido aos empréstimos], o que se pode esperar?» 

«As pessoas dizem que estamos em transição há anos. Para estar em transição, é preciso iniciar uma transição. É como se a transição real ainda não tivesse começado», notou, dando o exemplo de Jurgen Klopp no Liverpool

«Quando o Liverpool passou por isso com Klopp, eles mantiveram-se fiéis a ele. No início, não ganharam nada. As pessoas só se lembram dos seus últimos anos, quando ele competia com o City e ganhava os maiores troféus, mas no início não ganharam nada. Para iniciar uma transição, é preciso elaborar um plano e cumpri-lo. É aqui que quero falar sobre ser realista. Sinto que tivemos tantos treinadores diferentes, ideias diferentes e estratégias diferentes para ganhar, que acabamos em terra de ninguém.» 

Questionado sobre se a situação em Old Trafford o incomoda, respondeu: «Sim, a cem por cento. Não apenas como jogador, mas também como adepto». 

Arrumar a casa 

Entretanto Ruben Amorim tenta, de facto, arrumar a casa e tem-se virado sobretudo para o ataque. Com Rashford emprestado ao Barcelona falta ainda resolver casos como os de Jadon Sancho, Antony e Alejandro Garnacho. 

Por outro lado, o clube já investiu na contratação de Matheus Cunha ao Wolves, de Bryan Mbeumo, do Brentford, e Benjamin Sesko, do Leipzig.  

Este fim de semana começa a Premier League com uma receção ao Arsenal. 

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