William Gomes, extremo do FC Porto, foi decisivo - Foto: Rogério Ferreira/Kapta+
William Gomes, extremo do FC Porto, foi decisivo - Foto: Rogério Ferreira/Kapta+

William Gomes levou antídoto contra a febre amarela (as notas dos jogadores do FC Porto)

Numa noite muito difícil para os dragões, o golo do brasileiro surgiu como uma luz no meio das trevas. Na parte final de um duelo intenso com os 'canarinhos', um corte salvador de Bednarek garantiu três pontos preciosos
Melhor em campo: William (7)
Um golo de oportunidade que se revelou determinante na vitória muito suada do FC Porto sobre o Estoril. Numa saída de bola desastrada do adversário, um passe errado de Holsgrove foi o que bastou para o brasileiro tirar partido da oferta e transformá-la, com classe, no golo da noite. Uma espécie de antídoto contra a febre amarela, uma fraqueza que atacou o dragão numa primeira parte irreconhecível da equipa de Francesco Farioli. William, pelo contrário, foi igual a si próprio, mesmo quando se lhe pediu tarefas que não está acostumado a cumprir. Por exemplo, a excelente recuperação defensiva a desarmar João Carvalho quando este preparava remate promissor à baliza de Diogo Costa (51). Num disparo traiçoeiro, o brasileiro quase traía Robles, e dava o segundo ao FC Porto. Seria a cereja no topo do bolo.

5 Diogo Costa — Grande susto quando assistiu à fuga isolada de Begraoui. A saída da área não foi ‘famosa’, mas o dianteiro canarinho nem assim acertou no alvo. Primeira defesa enquadrada a remate de João Carvalho (32), o resto do jogo foi a gerir os nervos...

6 Alberto — Não sofreu a mesma erosão de Moura no lado oposto, o que lhe permitiu arrancar para um jogo seguro e sem dramas na redução dos espaços a André Lacximicant. Grande passe para Borja Sainz disparar de primeira à figura de Robles (21). Saiu por Martim Fernandes, aos 60’.

7 Bednarek — Foi preciso nervo de aço para aguentar, sem vacilar, as investidas de Guitane e companhia. Teve essa frieza de saber lidar com situações de ‘stress’ e de manter o setor unido na fase de maior investimento atacante do Estoril. O momento alto foi quando meteu a cabeça a uma bola (ou seria bala?) de Ferro que levava promessa de golo!

5 Kiwior — Levou perigo à baliza de Robles num cabeceamento venenoso, após centro de Alberto. De mãos dadas com Bednarek no compromisso defensivo, embora, entre ações meritórias, também tenha deslizado ao nível da qualidade do passe.

4 Francisco Moura — Deixou escapar Ricard Sánchez numa das jogadas de golo mais promissoras do Estoril. Não teve um jogo fácil nem feliz. Apanhou com Yanis Begraoui, Guitane e até Sánchez. O amarelo que lhe foi exibido e a insegurança na saída de bola terão precipitado a sua substituição.

5 Pablo Rosario — Quando Begraoui escapou para a área, toda a equipa estava subida, mas a sua função era justamente não dar esse espaço ao adversário. Não tem a fineza de Alan Varela no trato com a bola, ainda que compense essa fragilidade com uma entrega imensa.

5 Victor Froholdt — Apareceu bem na área do Estoril no primeiro quarto de hora, a criar situações de desconforto ao adversário, mas progressivamente foi perdendo o controlo que tanto gosta de ter das operações a meio-campo. Não sabendo jogar mal, o dinamarquês deu tudo o que tinha para reduzir os espaços ao opositor — esse equilíbrio só surgiu depois da entrada de Gabri Veiga.

5 Rodrigo Mora — Uma hora em campo sem as habituais notas artísticas a que habituou os adeptos, porque o Estoril não deixou, mas o que faltou em arte não faltou em compromisso defensivo. A matriz da primeira parte, dominada pelos canarinhos, trouxe-lhe uma noite mais de sacrifício do que de construção.

5 Samu — Golo aos 7’ anulado por fora de jogo do espanhol. A última imagem que deixou antes de ser substituído por Luuk de Jong foi de um duelo ganho na área e um remate detido pelo peito de Robles, numa das raras situações em que foi prevalente sobre a defensiva estorilista.

6 Borja Sainz — Disparo de primeira, mas frontal, na primeira ação do espanhol na partida. Muito mexido, embora nem sempre tenha encontrado os espaços para explorar a sua capacidade de romper pela ala esquerda. Apesar disso, foi persistente ao longo da partida, procurando incessantemente criar a oportunidade decisiva para tirar o Estoril da equação.

5 Zaidu — Lançado na segunda parte para o lugar de Moura. Mais sólido, acabou por ser uma aposta acertada.

6 Gabri Veiga — A sua entrada foi fundamental no reordenamento do meio-campo portista, provocando o desaceleramento do Estoril, pelo menos ao ponto do FC Porto conseguir responder com a mesma qualidade às investidas adversárias. Não é peça que se guarde muito tempo no banco...

6 Martim Fernandes — Boa entrada, pelo menos soube interpretar as exigências da partida e marcar o seu ritmo.

3 Eustáquio — Dois passes errados numa fase delicada do encontro.

5 Luuk de Jong — Poucos segundo após entrar, já ameaçava a baliza de Robles, após boa iniciativa de William Gomes. Terminou o jogo em sofrimento físico, suscitando a preocupação dos companheiros.