Treinador do Sporting recusou comentar a arbitragem polémica nos Açores

Arbitragem, falta de energia e gripe: tudo o que disse Rui Borges

Treinador do Sporting relativizou ausências, elogiou «concentração» leonina e desvalorizou lance polémico que deu origem ao 2-2 verde e branco

Rui Borges fez o rescaldo à vitória sofrida do Sporting diante do Santa Clara (3-2), na sala de imprensa do Estádio de São Miguel, em Ponta Delgada.

— Que comentário faz à partida?

— Foi um jogo muito competitivo, já estávamos à espera, Um jogo difícil perante um adversário muito competitivo, bem organizado, difícil de defrontar em casa. Entrámos bem, fizemos golo, mas depois deixámos o Santa Clara crescer em alguns momentos em transição, expostos, com muita gente no processo ofensivo e algumas perdas de bola nossas, às vezes com passes que não tínhamos necessidade de fazer, tínhamos de ter tido um bocadinho mais de paciência. Acabam por fazer o golo do empate num lance também de transição, de 1vs1, são agressivos nesse processo de verticalidade e de ataque à baliza adversária. A primeira parte depois acaba por ser muito competitiva e muito repartida, a partir do golo do empate. Entrámos melhor na segunda parte com bola, ajustámos um ou outro pormenor na primeira etapa de construção, controlámos o jogo mais com bola e criámos logo duas, três finalizações perto da baliza do Santa Clara. E penso até que no único lance que Santa Clara tem realmente de perigo junto da nossa baliza, aos 85 minutos acaba por fazer o 2-1. Depois é o lance na área, chegámos ao empate e depois no prolongamento a nossa parte física veio um bocadinho ao de cima também. Controlámos o jogo, fizemos o 3-2, e o Santa Clara não nos criou qualquer lance de perigo nesse momento.

— São dois jogos nos Açores com incidências incontornáveis ao nível da arbitragem. Acha que é coincidência?

— As incidências dos jogos acontecem em todos os jogos, por isso não é só neste. Em todos os jogos há lances. Não vi o lance, por isso se ajuizou, não vou estar a discutir a arbitragem. Tanto tempo para assinalar um penálti. Da nossa parte, convertemos, chegámos ao empate e depois fomos melhores no prolongamento.

— Com alguns dos principais protagonistas de fora por lesão, sente que o Sporting poderá ter mais dificuldades no calendário que aí vem?

— As dificuldades vão acontecer, como é lógico. Há algumas mudanças, mas não me vou agarrar a isso. Foi notório que não tínhamos a mesma energia geral. Não foi muito individual nem as ligações, porque até entrámos bem num jogo difícil contra um bloco baixo e, como eu disse, uma equipa muito agressiva e muito intensa nos duelos. Os espaços são curtos com uma equipa que é tão coesa e tão baixa. Não nos dão esse espaço. Sabíamos de que forma é que tínhamos que ter a bola, por isso é que eu digo que até entramos bem. Depois acabámos por entrar nesse excesso de perdas de bola sem necessidade e deixar o adversário conseguir ganhar algumas transições. Mas penso que no futuro não tem nada a ver com isso. Temos de andar na ginástica de adaptar jogadores, colocá-los em zonas em que não têm jogado. Não temos tempo de treino para essa adaptação. Temos de adaptar-nos dentro dos jogadores que temos. Há malta que não está a 100%, porque anda muita malta doente, com gripes e vírus .Notou-se que de forma geral não estávamos com essa energia lá no alto. Mas acima de tudo mantivemo-nos tranquilos, concentrados. Na segunda parte mostrámos claramente essa concentração, não deixámos o Santa Clara entrar em tantas vezes em transição como deixámos na primeira e controlámos melhor o jogo. Dentro daquilo que são as nossas opções vamos ter de nos adaptar e isso não pode servir de desculpa.

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