Andrés Fernández representou o FC Porto em 2014/2015
Andrés Fernández representou o FC Porto em 2014/2015 - Foto: A BOLA

Antigo guardião do FC Porto investe em inteligência artificial

Andrés Fernández, de 38 anos, joga no Almería, da 2.ª Divisão de Espanha, e já começou a trabalhar a pensar no pós-carreira

O guarda-redes Andrés Fernandez, que esta época está a jogar nos espanhóis do Almería, já começou a preparar o futuro, olhando para o pós-carreira.

O espanhol, de 38 anos, que teve passagem fugaz pelo FC Porto, em 2014/2015, em aparição em apenas quatro jogos na equipa então orientada por Julen Lopetegui, curiosamente tendo cumprido 90 minutos em quatro competições diferentes, Liga, Taça de Portugal, Taça da Liga e Champions, naquela que foi a única época em que jogou fora de Espanha, virou-se para os negócios.

Falamos de um empreendedor apaixonado por tecnologia, que já fundou duas empresas, tendo por base a inteligência artificial. A primeira foi a Biyectiva, em 2019, especializada em consultoria que aplica a inteligência artificial para oferecer melhor rendimento a grandes empresas.

A questão dos negócios tem sido um caminho de aprendizagem. A minha dedicação ao futebol é plena e sou muito metódico em pausas e viagens

«A minha influência talvez tenha sido o meu pai, que também gostou de coisas tecnológicas e incutiu um pouco em mim. Sempre me chamou a atenção desde que eu era pequeno. Comecei a estudar Ciência da Computação, passei vários anos programando, mas por razões futebolísticas, quando entrei na dinâmica profissional e tem que se andar de um lado para outro, foi complicado manter. Hoje em dia existem mais facilidades para estudar do que naquela época. Deixei de lado e comecei a treinar no mundo dos negócios, que também gosto», começou por dizer o guardião, em entrevista ao As.

Andrés Fernández é agora jogador do Almería - Foto: UD Almería

«A questão dos negócios tem sido um caminho de aprendizagem. A minha dedicação ao futebol é plena e sou muito metódico em pausas e viagens. Sempre priorizei isso e, no final, isso significa que não posso estar no dia a dia da empresa. O meu trabalho tem sido, acima de tudo, ver as situações com que os meus parceiros e trabalhadores têm de lidar diariamente, e tentar ajudá-los e incentivá-los. Acho que o desporto ajuda muito nisso. Os atletas estão acostumados a lidar com erros ou fracassos e temos que transformá-los em sucessos ou simplesmente nos recuperar e continuar trabalhando», acrescentou.

Sempre vi a questão dos negócios como caminhos onde se encontram pessoas boas. Na tecnologia tenho parceiros que valem muito a pena

Andrés Fernández também investiu no mundo desportivo e é sócio de uma marca que fabrica caneleiras personalizadas, a Oxum Sport. «Sempre vi a questão dos negócios como caminhos onde se encontram pessoas boas. Na tecnologia tenho parceiros que valem muito a pena e, nesta, tive um amigo muito bom que trabalhava numa marca desportiva há quinze anos e já estava muito esgotado. Eu disse: 'Porque não criar a sua própria marca?' Ele aceitou o desafio e começámos a avaliar o projeto. Começámos com a ideia de fazer caneleiras para entrar no mercado de um produto que pensávamos que podíamos explorar bem... e lá vamos nós. Este ano também vamos lançar luvas de guarda-redes. É mais um caminho», adiantou.

Questionado sobre se já está a preparar o futuro para quando terminar a carreira, Andrés Fernández foi pragmático: «Não tenho certeza do que vai ser. Além do mais, nem tenho a certeza de onde vou morar. A minha esposa é de León. Eu sou de Múrcia. Morei em bons lugares. Aqui em Almería vive-se muito bem [risos]. A vida às vezes muda muito de um ano para o outro...»