Vrousai e Brenner Lucas disputam a bola. -Foto: FERNANDO VELUDO/LUSA
Vrousai e Brenner Lucas disputam a bola. -Foto: FERNANDO VELUDO/LUSA

Antes de começar, já a marca de penálti estava a deixar... marcas (crónica)

Vilacondenses desperdiçaram da marca dos 11 metros e açorianos empataram de grande penalidade. Marca do castigo máximo causou celeuma, antes do jogo começar. Empate reflete o equilíbrio

Da marca de grande penalidade decidem-se jogos, arranjam-se confusões e muita discussão. Neste jogo, essa marca… deixou marcas nos vilacondenses, pela negativa, e nos açorianos, pela positiva. E começou antes até do apito inicial de Márcio Torres. Contemos, então.

Estavam as equipas a entrar em campo e numa das balizas discutia-se se a marca da grande penalidade estava centrada, ou não. Para tirar as dúvidas, recorreu-se à fita métrica para tirar as medidas, que não confirmaram as suspeições do Santa Clara. Marca certa e que comece o jogo.

O que é certo é que na mesma baliza, Gabriel Batista, centrado, efetuou uma grande defesa no primeiro penálti do jogo. Clayton atirou muito bem, mas o guarda-redes foi melhor voando para desviar a bola contra os ferros. A entrada forte dos vilacondenses colocavam-no perto do golo e depois do avançado ter falhado de cabeça, abriu a contagem, dando sequência a um livre de Olinho.

E foi da marca de grande penalidade que o Santa Clara chegou ao empate. Brenner Lucas cruzou para Pedro Ferreira falhar por um triz, mas antes um braço de Abbey desviou levemente a bola, surpreendendo o médio no momento da finalização. Serginho até escorregou… na marca dos 11 metros, quando atirou para a direita de Miszta.

Na 2.ª parte Vasco Matos alterou o desenho e conseguiu inverter o domínio dos vilacondenses. O treinador mexeu apenas na posição de Brenner Lucas. Encostando-o ao corredor esquerdo com a dupla missão de tentar estancar as saídas do Rio Ave, de onde saíram as iniciativas de maior perigo até ao intervalo através das ações de Vrousai e André Luiz, e dar profundidade ao ataque.

O Santa Clara conseguiu manietar ofensivamente  o adversário e tanto André Luiz, como principalmente Clayton, já não tiveram bola suficiente para as suas investidas. E na segunda parte da missão, o extremo foi um quebra-cabeças, criando muitas situações complicadas para a baliza de Miszta, até sair esgotado a dez minutos do final.

Não foi por falta de ocasiões que o marcador não se mexeu neste período, nomeadamente em remates de Brenner Lucas (55’), Adriano Firmino (59’), Serginho (62’) e Pedro Ferreira (75’) para o Santa Clara, e Clayton (56’) para o Rio Ave.

O empate reflete as duas partes distintas, com o Rio Ave melhor até ao intervalo, e com a correção de Vasco Matos a dar depois o domínio ao Santa Clara.

A figura do Rio Ave: Clayton
Tarde agridoce para o avançado, que marcou o golo da sua equipa e com participação nas melhores oportunidades. Contudo, a definição não foi a melhor, principalmente num desvio de cabeça (20’) na sequência de livre, com o alvo à mercê. Na grande penalidade que desperdiçou, houve grande mérito do guarda-redes Gabriel Batista, que voou para travar o percurso da bola junto ao poste.

As notas dos jogadores do Rio Ave (3x4x3): Miszta (6), Petrasso (5), Panzo (5), Nelson Abbey (5), Vrousai (6), Brandon Aguilera (5), Andreas Ntoi (5), Athanasiou (6), André Luiz (6), Clayton (6), Olinho (6), Spikic (4), Papakanellos (-), Liavas (-), Marc Gual (-)

O melhor em campo: Brenner Lucas
Com espaço e com a velocidade que tem é complicado travar as suas investidas e criou situações complicadas para a baliza vilacondense. Cruzou para Pedro Ferreira no lance que esteve na origem do penálti com que o Santa Clara empatou e foi determinante no equilíbrio da sua equipa na segunda-parte, esticando o jogo ofensivo no corredor esquerdo e anulando as saídas do Rio Ave.

As notas dos jogadores do Santa Clara (5x3x2): Gabriel Batista (7), Lucas Soares (6), Sidney Lima (6), Luís Rocha (5), Frederico Venâncio (5), Paulo Victor (5), Adriano Firmino (5), Pedro Ferreira (6), Serginho (6) Wendel Silva (5), Brenner Lucas (7), MT (4), Luquinhas (-), Diogo Calila (-), João Costa (-) e Djé Tavares (-)

O que disseram os treinadores

Sotiris Silaidopoulos, treinador do Rio Ave

«Começámos o jogo muito bem, tivemos várias situações para marcar, falhámos um penálti, marcámos e depois desperdiçámos várias chances para fazer o 2-0, o que tornaríamos o jogo diferente. A segunda-parte foi mais equilibrada, mas quebrámos fisicamente, o que é normal porque estivemos cerca de 20 dias sem jogar e o Santa Clara criou boas chances, mas não senti que nos tivessem empurrado para trás.»

Vasco Matos, treinador do Santa Clara

«A 1.ª parte pareceu-me mais equilibrada, se calhar o Rio Ave um pouco mais por cima. A 2.ª parte foi completamente diferente, nós muito mais fortes com bola e com mais coragem. A conseguir desmontar o adversário, sabíamos como eles nos iam pressionar, conseguimos acertar nessa primeira fase, conseguimos ligar muito jogo e poderíamos ter conseguido mais. Tivemos dois ou três situações para definir melhor e poder chegar ao golo, não chegámos, mas é sempre um ponto fora, muito importante naquilo que é a nossa caminhada.»