Amorim mudou o Manchester United... e tudo começa no parque de estacionamento
O diretor de futebol do Manchester United, Jason Wilcox, elogiou a mudança de mentalidade incutida por Ruben Amorim desde que o técnico português está no clube, ou seja, desde novembro de 2024.
No podcast Inside Carrington, dos red devils, o dirigente falou sobre a política de contratações que tem sido adotada e revelou um detalhe que demonstra que os jogadores do plantel estão com Amorim.
«É fundamental. Penso que temos de contratar jogadores que tragam algo diferente ao balneário. O mais importante é que, sempre que contratamos alguém, essa pessoa tem de querer evoluir, ser um jogador de equipa e compreender o que significa fazer parte de um coletivo de sucesso», começou por dizer.
«Não se trata de juntar os Harlem Globetrotters. Se olharmos para as equipas de sucesso do Manchester United, havia jogadores muito funcionais que morriam pelo emblema e também alguns génios. Quando se fala de [Eric] Cantona, todos dizem que ele era um profissional exemplar», lembrou.
Para o dirigente, o facto de os futebolistas chegarem cedo ao centro de treinos do United reflete o espírito de equipa que se vive: «Agora, quando olho para o parque de estacionamento e vejo que, com a hora de chegada marcada para as 9h45, os rapazes chegam às 8h30, 8h45, a preparar-se para o treino... isso é um bom sinal. O ambiente no relvado não mudou muito, nem a intensidade ou o ruído, quer se ganhe ou se perca. Claro que, quando se perde um jogo, há desilusão e frustração, mas assim que entram no campo de treinos, sente-se o caráter, o espírito de equipa. Sente-se a energia a crescer e só temos de continuar assim.»
Tudo começa, diz Jason Wilcox, na tal abordagem ao mercado de transferências, com a participação de Ruben Amorim.
«A janela de transferências do verão passado [com Erik ten Hag] foi muito mais caótica do que esta. Esta foi muito calma, sabíamos o plano, sabíamos que jogadores queríamos, tínhamos as nossas listas e as áreas do campo que precisávamos de melhorar», contou.
«São reuniões contínuas entre mim, o Ruben, o Chris Vivell [diretor de recrutamento] e a sua equipa, onde somos muito claros sobre os perfis de que necessitamos. A orientação parte de mim e do Ruben e é transmitida ao Chris», prosseguiu, antes de dar mais detalhes.
«Há muito debate e discussão sobre os perfis necessários, e depois os olheiros vão para o mercado. Combinamos isso com a equipa de dados e mantemos um diálogo constante. Neste momento, tenho reuniões semanais com a equipa de recrutamento sobre os diferentes perfis, a faixa etária, o custo e se são alcançáveis. O Ruben também participa, por isso é uma abordagem muito integrada.»
«Quando contratamos um jogador, há muitas pessoas envolvidas no processo. A equipa de dados está envolvida e, depois, focamos toda a nossa atenção em determinados jogadores. É crucial que façamos uma verificação de antecedentes para garantir que são profissionais com um estilo de vida regrado», concluiu.