Aloísio elogia Bednarek: «Tem liderança natural e pode ser patrão»
Desde a sua chegada, Jan Bednarek tem demonstrado uma capacidade impressionante para comandar a defesa portista, aliando experiência à sua personalidade em campo. Apesar de não vestir a icónica camisola 2, imortalizada por lendas como João Pinto e Jorge Costa, o número 5 encarnou rapidamente os valores dos azuis e brancos, mostrando ser um verdadeiro pilar na equipa.
Para entender melhor a relevância do polaco, nada mais apropriado do que ouvir Aloísio, o defesa-central com mais jogos disputados pelo FC Porto (474 partidas). À frente do antigo central brasileiro com mais desafios pelos dragões só estão João Pinto (588) e Vítor Baía (567), o que significa que o brasileiro é também o estrangeiro com mais partidas oficiais pelos azuis e brancos. Uma lenda, também ele. Em conversa com A BOLA, Aloísio, que conhece bem os desafios de ser um líder na defesa portista (foi sete vezes campeão nacional e levantou sete Supertaças e cinco Taças de Portugal), não se mostrou surpreendido com o desempenho de Bednarek, destacando a sua liderança natural e a experiência acumulada na Premier League e na seleção da Polónia. «Sinceramente, não me surpreendeu a sua liderança, porque já o conhecia bem, tanto da seleção polaca como da Premier League. Ele possui uma liderança natural, sem ser impositiva», afirmou.
Ele está na melhor idade para um jogador com experiência. O número de jogos nacionais e internacionais proporciona-lhe um suporte muito grande.
Aloísio destacou ainda a experiência acumulada por Bednarek na Premier League e a sua maturidade aos 29 anos como fatores para o seu bom desempenho na equipa comandada por Francesco Farioli. «Ele está na melhor idade para um jogador com experiência. O número de jogos nacionais e internacionais proporciona-lhe um suporte muito grande. Então podemos ter, sim, um patrão na defesa portista», afirmou.
O potencial de Prpic
Aloísio representou o FC Porto durante 11 anos e foi peça fundamental em várias conquistas. Depois de ter pendurado as chuteiras, foi adjunto de Octávio Macho, José Mourinho, Victor Fernández e José Couceiro, além de ter orientado o FC Porto B em 2005/2006. Por isso, entende bem o contexto do clube e a necessidade de reforçar a defesa esta temporada e elevar o nível do eixo. Além de Bednarek, a SAD apostou no jovem croata Prpic, que Aloísio considera um talento promissor, e mantém debaixo de olho o polaco Kiwior, atualmente no Arsenal, e é desejado por Farioli para completar a equipa de centrais, sendo que também pode atuar como lateral-esquerdo e até a médio defensivo, como aconteceu, pontualmente, no Spezia, de Itália.
O FC Porto tem o melhor guarda-redes português e dos melhores da Europa. O Prpic é um jovem defesa com potencial, que irá crescer com o tempo e os jogos. Era necessário ter dois pilares que pudessem sustentar a defesa quando o jogo do adversário é mais exigente
«O FC Porto tem o melhor guarda-redes português e dos melhores da Europa. O Prpic é um jovem defesa com potencial, que irá crescer com o tempo e os jogos. Era necessário ter dois pilares que pudessem sustentar a defesa quando o jogo do adversário é mais exigente», explicou Aloísio. Os primeiros dois jogos da Liga já demonstraram um FC Porto mais sólido defensivamente e robusto no seu todo, e, por consequência, provoca menos dores de cabeça para Diogo Costa.
Jorge Costa reconheceu-lhe liderança
Bednarek foi recebido no Porto por Jorge Costa e apresentado no mesmo dia, a 28 de julho passado, como reforço dos azuis e brancos. Falecido pouco depois — a 5 de agosto, vítima de uma paragem cardiorrespiratória —, o antigo diretor de futebol profissional do FC Porto deixou um testemunho marcante sobre as credenciais do polaco, antecipando a sua ascensão rápida na equipa. «É importante termos referências e jogadores que possam acrescentar algo ao plantel», sublinhou, reforçando a confiança no impacto positivo que Bednarek teria no grupo.
«O Jan Bednarek protagoniza o que nós queremos, é um jogador experiente e com muita qualidade, é um líder que só nos vai fazer bem. Não vamos falar só da experiência, porque este é um jogador com muita qualidade, muita raça e tem algo de que precisamos: liderança», disse, na altura, o eterno capitão. A contratação não foi apenas uma necessidade estratégica, mas também um desejo claro de dotar o plantel com um verdadeiro patrão.