Ajax-Benfica: é ganhar... ou ganhar (o onze provável das águias)

AMESTERDÃO — Ganhar... ou ganhar. O trambolhão dado pelo Benfica nas primeiras quatro jornadas da fase de liga da Champions, perdendo sucessivamente com Qarabag (2-3), Chelsea (0-1), Newcastle (0-3) e Leverkusen (0-1) obriga a equipa de José Mourinho pensar apenas em conquistar os três pontos em Amesterdão. Essa será a única via para que, à entrada para a segunda metade desta fase, as águias ainda possam sonhar com o apuramento para o play-off, recordando que pela frente nas três jornadas finais estarão nomes de muito maior peso: Nápoles e Real Madrid, na Luz, e Juventus, em Turim.

Apesar de a missão na Johan Cruyff Arena, estádio onde o Benfica só por uma vez ganhou, não se afigurar fácil, o Benfica poderá tirar partido de ter um adversário combalido e muito longe de ser o temível Ajax de outros tempos.

Tal como o Benfica, a equipa de Fred Grim, o treinador interino após o despedimento de John Heitinga no início do mês, não tem um único ponto somado na Liga dos Campeões e tem ainda para amostra o pior ataque (apenas um golo marcado) e a pior defesa (14 sofridos) da competição. Na Eredivisie, as coisas não correm melhor ao Ajax, que no sábado perdeu em casa com o primodivisionário Excelsior e já tem a conquista de um título que foge desde 2022 como autêntica miragem, uma vez que o grande rival PSV já está a 14 pontos de distância na liderança.

Percebe-se a fragilidade dos neerlandeses, pelo que o jogo de hoje se apresenta como ideal para que o Benfica dê a primeira prova de vida na Champions. Mas, para isso, as águias estão proibidas de repetir erros, como o tremendo desperdício de oportunidades contra o Leverkusen ou o colapso físico e mental da segunda parte em St. James' Park, contra o Newcastle. À saída de Lisboa, o presidente do Benfica, Rui Costa, deu o mote, dizendo-se «sempre confiante para um duelo decisivo e importante».

Se no ataque a manta ficou mais curta com a recente lesão grave de Lukebakio, José Mourinho ganha, a partir de agora, uma opção importante para o meio-campo, onde Barrenecha e Ríos têm sido sobrecarregados de minutos. Depois de 290 dias de ausência, Manu Silva integra a convocatória e está a postos para voltar a jogar. O médio-defensivo foi contratado ao Vitória de Guimarães no mercado de inverno da época passada, mas o azar bateu-lhe à porta e, quando estava a ganhar preponderância para Bruno Lage, sofreu rotura do ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo num jogo com o Moreirense, a 8 de fevereiro, minutos depois de Bah ter sofrido exatamente a mesma lesão.

Frente ao Atlético, para a Taça de Portugal, Mourinho ensaiou uma linha de três defesas, mas a experiência durou apenas 45 minutos e não deverá ter continuidade hoje. Sem Lukebakio, o bombeiro Aursnes deverá regressar à ala direita e Sudakov, poupado no Restelo, tem via aberta para o onze. Pode aproveitar Leandro Barreiro para saltar para a titularidade e atuar nas costas de Pavlidis, o homem-golo da águia.