Academia nem devia ser tema
A academia do FC Porto é assunto de campanha. Não devia ser. Devia estar construída há muito tempo, evitando-se que em 2024 gerações de potenciais craques andem a treinar em Pedroso ou Fiães, mediante a disponibilidade dos espaços.
Ainda assim, os sub-19 dos dragões alcançaram a extraordinária proeza de se apurarem para as meias-finais da Youth League, disputando com o Milan, a 19 de abril, o acesso à final da prova. O que é que isso nos diz? Que mereciam ter uma academia ao nível da do Sporting, Benfica e SC Braga, nada mais.
O projeto da Direção do FC Porto é (e agora vamos eliminar o ruído) excecional. Não podia ser de outra forma olhando para o autor do desenho da academia, Manuel Salgado. O arquiteto concebeu o Estádio do Dragão e o Dragão Arena, espaços que combinam beleza estética com funcionalidade, integrando-os harmoniosamente na nova paisagem da zona das Antas, em Campanhã.
Villas-Boas não quer a academia na Maia e propõe terrenos perto do Olival, em Gaia, que impõem reuniões com a Agência Portuguesa do Ambiente, porque a área, ou parte dela, está marcada como Reserva Ecológica. No início de de abril o candidato da lista ‘Só Há Um Porto’ dará a conhecer o projeto e todas essas dúvidas serão dissipadas.
Há mais um desafio para AVB: a ideia de aproximar geograficamente as promessas da formação da equipa principal é legítima, mas a ‘sua’ academia terá de ter o calibre da de Manuel Salgado, o que, convenhamos, não é nada fácil. Na Maia ou em Gaia, importa, dentro de um prazo mínimo de dois ou três anos, que haja realmente um espaço que otimize o rendimento dos valores formados na casa. Se em 2028 a academia ainda for tema de debate, então todos perderão: os candidatos, em primeira análise; os miúdos da formação, em toda a sua extensão.
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