Bruno Lage e João Félix no Benfica 2018/19 (foto: Sérgio Miguel Santos)
Bruno Lage e João Félix no Benfica 2018/19 (foto: Sérgio Miguel Santos)

A peça que falta ao Benfica

Agora com Enzo Barrenechea e Richard Ríos, Benfica precisa de alguém para ligar todo o ataque. Félix é o sonho da SAD liderada por Rui Costa, mas o nome gera tanto entusiasmo quanto dúvida

Perante uma pré-época completamente atípica, com poucas semanas de intervalo entre o Mundial de Clubes e a Supertaça Cândido de Oliveira, o Benfica tem protagonizado um ataque assertivo ao mercado de transferências.

O crónico problema da lateral direita não foi resolvido a tempo do torneio dos Estados Unidos, mas Amar Dedic apareceu entretanto como real alternativa a Bah. Se Rafael Obrador começa, para já, na sombra de Samuel Dahl, Enzo Barrenechea e Richard Ríos prometem um upgrade significativo naquela que era a zona mais frágil do plantel encarnado.

O Benfica garantiu um médio defensivo com capacidade para melhorar substancialmente a primeira fase de construção, e com Enzo Barrenechea provavelmente também não sai nada a perder no que diz respeito ao equilíbrio da equipa ou à capacidade de recuperação de bola.

A posição 8 estava menos carenciada, graças à fiabilidade de Fredrik Aursnes, mas a equipa pedia um jogador com o perfil de Richard Ríos: intenso, com um raio de ação alargado, capaz de combinar dimensão física/atlética e qualidade técnica. Um verdadeiro patrão para o meio-campo.

A mudança é sempre uma incógnita, ainda para mais quando se trata de um jogador sul-americano em estreia na Europa, com rótulo de jogador mais caro da história do clube, mas o internacional colombiano, que ainda pode crescer taticamente, reúne atributos para dar outra dimensão ao futebol do Benfica.

A Bruno Lage também dará jeito um extremo direito e um avançado para fazer concorrência a Pavlidis, mas a peça que falta verdadeiramente é aquela que terá necessariamente de ligar a equipa do ponto de vista ofensivo. Alguém que saiba levitar entre a posição 10 e o papel de segundo avançado para aparecer nos momentos que definem jogos.

O lugar que está reservado para João Félix, portanto, numa tentativa de recriar, com Bruno Lage, a versão 2018/19 do Benfica, que tinha Florentino, Samaris, Pizzi, Rafa e Seferovic.

A peça em falta está mais do que identificada, mas se esse perfil parece incontornável, o nome ainda suscita dúvidas. Do lado do clube, sobretudo, até pelo esforço necessário para o encaixe, em vários sentidos.

Recuperar o Félix do 37.º título seria formidável, mas será possível contar com esse João para atacar a conquista do 39.º título nacional?

Sugestão de vídeo: