Australiano mostrou nervos 'de aço' para aguentar constante pressão de Leclerc na luta pela liderança; dez anos depois, a McLaren volta ao primeiro lugar do Mundial dos Construtores, num dia em que Lando Norris terminou à frente de Max Verstappen; Sainz e Pérez tiveram violento acidente na última volta
Ninguém diria que Oscar Piastri ainda nem sequer completou duas temporadas na Fórmula 1, porém, no domingo, no Grande Prémio do Azerbaijão, mostrou ter nervos de aço e muita maturidade para aguentar a constante pressão de Charles Leclerc que, pela 4.ª vez consecutiva, em Baku, não conseguiu converter pole em vitória. Essa ficou para Piastri, no mesmo dia em que a McLaren saltou para a liderança do Mundial de Construtores.
«Depois da paragem [trocou pneus médios para duros], senti que tinha mais aderência e aí tive de tenter a ultrapassagem, porque se não conseguisse executar a manobra aí, nunca mais o faria. Fiz uma grande investida [na curva 1] e aguentei-me durante 35 voltas. É uma das melhores corridas da minha carreira», considerou o piloto da McLaren que, na 20:º volta aproveitou uma desatenção de Leclerc, para atacar o interior da curva e subiu ao 1.º lugar.
O monegasco tentou responder, mas Piastri deu uma autêntica lição ao rival da Ferrari. Com os papéis invertidos, o australiano defendeu bem a posição, ao posicionar sempre o carro muito bem no meio da pista, para bloquear o caminho e segurar a liderança.
No final da corrida, Leclerc reconheceu a superioridade da McLaren: «Nas retas não consegui aproximar-me tanto quanto queria e perdi a corrida quando não defendi [a posição] tão bem quanto podia.»
Pódio inesperado para Russell
O terceiro lugar ficou reservado para George Russell, depois de um acidente na penúltima volta entre Carlos Sainz e Sergio Pérez. Durante grande parte da corrida, o mexicano da Red Bull esteve nos espelhos retrovisores de Piastri e Leclerc esperando pelo momento oportuno para atacar.
Esse chegou na volta 50 (de 51), porém, após tentativa falhada, perdeu o lugar para o espanhol da Ferrari. Na luta pelo 3.º posto, os dois chocaram e bateram violentamente numa das paredes do circuito de Baku.
Na penúltima volta, mexicano e espanhol lutavam pelo último lugar do pódio, mas um toque entre os dois terminou com bruto choque na parede do circuito de Baku
McLaren ultrapassa Red Bull no Mundial de Construtores
O acidente de Sergio Pérez, que juntamente com Carlos Sainz, não acabou a corrida, foi um duro golpe para a Red Bull, pois pela primeira vez desde o Grande Prémio de Espanha de 2022, a equipa austríaca perde a liderança do Mundial de Construtores. Agora no topo está a McLaren, com 476 pontos - mais 20 do que a Red Bull -, sendo que a última vez que a equipa inglesa foi líder, foi em 2014!
Mas há outra razão para o construtor inglês estar em primeiro. É que Lando Norris, que se tinha qualificado em 17.º, terminou… em 4.º (!) e à frente de Max Verstappen, conseguindo encurtar novamente a vantagem que o tricampeão mundial tem. Neste momento, 59 pontos separam os dois primeiros classificados do Mundial de Pilotos.
Ao contrário do ‘top’-10’ (à exceção de Alexander Albon), o inglês começou de pneus duros e terminou com médios. Mesmo parando na 38.ª volta, o britânico saiu em 7.º a 15 segundos do rival neerlandês e evaporou essa desvantagem sem grandes dificuldades.
Festa dos 'rookies'
Franco Colapinto (Williams) e Oliver Bearman (Haas) viveram um dia inesquecível. O argentino, que substitui Logan Sargeant até ao final da temporada, pontuou pela 1.ª vez na carreira ao fim de duas corridas, ao terminar em 8.º, atrás do colega Alexander Albon. Quatro pontos para o jovem piloto, ao passo que Oliver Bearman, em duas provas, pontua duas vezes.
A primeira foi no GP da Arábia Saudita de 2024, em Ferrari, e agora num Haas, pois entrou no lugar do castigado Kevin Magnussen, acabou em 10.º, batendo o colega de equipa Nico Hulkenberg.
Classificação final: