13 março 2025, 10:49
Fórmula 1 está de volta: o que muda nas regras
2026 será ano de revolução, mas o campeonato que arranca este fim de semana contempla algumas mudanças assinaláveis
Continuará a hegemonia de Max Verstappen? Sob holofotes, Lewis Hamilton confirmará estatuto na Ferrari? McLaren de Lando Norris e Oscar Piastri arranca da ‘pole’ na corrida aos títulos? Mercedes será Flecha de Prata para prodígio Andrea Kimi Antoneli? E muitas questões mais a serem respondidas a partir da próxima madrugada no arranque do GP da Austrália...
A poucas horas de os motores começarem a roncar na pista de Melbourne Park, na Austrália, o palco do primeiro Grande Prémio de Fórmula 1 de 2025, prognostica-se uma das temporadas mais abertas da última década. Desde o imprevisto título do britânico Jenson Button com a Brawn no já longínquo 2009 que a luta pelo cetro não se antevê não repartida, com quatro equipas e ainda mais pilotos a perfilarem-se na candidatura.
Depois das hegemonias da Red Bull com Sebastian Vettel (2010-13), da Mercedes com Lewis Hamilton (2014-15 e 2017-20) e Nico Rosberg (2016) e de segunda vaga do construtor austríaco, ainda em curso, com Max Verstappen (2021-), será a primeira temporada em que se reconhece efetivamente um número maior e mais diversificado de contendores. Pelo menos, até aos monolugares começarem a acelerar em Melbourne Park.
A imprevisibilidade é bastante e as questões que começarão a ser esclarecidas a partir da próxima madrugada (01h30 em Portugal Continental, o início dos treinos livres do GP da Austrália) e durante longa temporada de 24 corridas (igualando a de 2024, como a mais extensão de sempre), só enriquecem de interesse a competição. A pergunta principal é esta: prolongar-se-á a época triunfal de Max Verstappen, campeão nos últimos quatro anos ou interrompe-se mais um ciclo de hegemonia de um piloto (não de uma marca, porque o da Red Bull já foi cortado no último ano, pela McLaren)?
Os indicadores não são claros (e que decorrem tão-só dos testes de pré-temporada no Bahrain), mas apontam para a McLaren, que emergiu como a equipa mais competitiva a partir do primeiro quarto do campeonato de 2024, arranque da pole position para 2025, e que a sua dupla de pilotos Lando Norris e Oscar Piastri partilhe a primeira fila da grelha. No entanto, não se arrisca quem, entre o britânico (o único que chegou a ameaçar a conquista do tetra por Verstappen) e o jovem australiano, parta à frente.
13 março 2025, 10:49
2026 será ano de revolução, mas o campeonato que arranca este fim de semana contempla algumas mudanças assinaláveis
Na McLaren não há hierarquia (foi estabelecida em fase tardia da época transata, em favor de Norris, para não dispersar esforços na tentativa de chegar ao título, em vão) e apesar de o britânico se ter mais regular, ainda que não o suficiente para ter vencido Verstappen), Piastri deverá ter concluído a fase de maturação e acaba de receber voto de confiança da equipa com a renovação contratual.
Todavia, se os testes no Bahrain fazem antever para a vantagem, ainda que ligeira e (reforce-se) por comprovar, da McLaren, também permitem antecipar que as quatro equipas que estiveram no topo em 2024 estão mais próximas. A saber, Red Bull, Ferrari e Mercedes, e sem que se vislumbre quais são as repartições de força.
A Red Bull, que passou uma temporada de altos e baixos, bem-sucedida, pelo título de Verstappen, menos bem conseguida, pela perda do mundial de construtores, tem no tetracampeão – tomemos o risco de o afirmar – uma mais-valia sobre as rivais. Verstappen tem provado nos últimos quatro anos – e nos momentos cruciais da época transata ser capaz de fazer a diferença mesmo com um carro (ligeiramente) menos eficaz – e é sem dúvida o piloto mais ‘racer’ (mais competitivo) do pelotão.
Da igualha do talento do neerlandês e certamente tão ou mais motivado para vencer, estará o único piloto no ativo mais consagrado do que aquele, o heptacampeão Lewis Hamilton, que quererá relançar-se para nova candidatura ao título (que seria o oitavo e novo recorde na F1) no cockpit de sonho de qualquer piloto, o da Ferrari.
O monolugar da Scuderia parece rápido o suficiente para alimentar a ambição do britânico, que terá de contar com concorrência interna, de Charles Leclerc. O monegasco, na sétima temporada na Ferrari, não deverá querer ficar na sombra do seu ilustre companheiro de equipa, e confirmando-se que o carro tem performance para lutar pelo título, deixar passar a oportunidade de visá-lo.
A quarta força em compita pelo topo (não necessariamente a menos forte) em 2025 será a Mercedes, que procura, pelo quarto ano consecutivo, voltar a ser candidata aos títulos, após 2021 ter sido o último em que o conseguiu, quando Hamilton perdeu o Mundial para Verstappen, na controversa derradeira corrida.
Na primeira época pós-Hamilton na equipa do construtor alemão, George Russell é a principal aposta, mas a maior expectativa está na estreia do promissor italiano Andrea Kimi Antonelli, com apenas 18 anos, a quem se identifica talento extraordinário. Sem dúvida, será um dos jovens lobos a observar em 2025, como outros, entre os quais se destaca o neozelandês (23 anos) Liam Lawson, eleito pela Red Bull para substituir Sergio Pérez.
Por último, ainda entre (inúmeros) motivos de interesse na nova temporada, aferir o desempenho das demais seis equipas da grelha, de que o da Williams, capaz de proporcionar à histórica equipa britânica o ressurgimento após os tempos áureos das décadas de 1980 e 90 (últimos títulos datam de 1997, construtores e de pilotos, pelo canadiano Jacques Villeneuve). A contratação do motivado Carlos Sainz, empenhado em continuar a mostrar serviço depois de ter sido relegado da Ferrari), é um incentivo.