Grande Prémio da Austrália: manutenção do 'status quo'?
Max Verstappen venceu última edição da prova (IMAGO/NurPhoto)

Grande Prémio da Austrália: manutenção do 'status quo'?

FÓRMULA 121.03.202416:00

Sem grandes surpresas, Max Verstappen e Red Bull são os favoritos a vencer terceiro GP da temporada; Regresso de Carlos Sainz previsto; Pirelli disponibiliza pneus mais macios para forçar diferentes estratégias

Após duas semanas de pausa, a Fórmula 1 regressa com a terceiro etapa do Mundial, o Grande Prémio de Austrália, disputada em Melbourne, entre os dias 22 e 24 de março. Red Bull e Max Verstappen lideram ambas as competições – Construtores e Pilotos – e os olhos voltam a estar neerlandês, mas também em Carlos Sainz, que deverá regressar à competição depois de ter falhado o GP da Arábia Saudita devido a uma apendicite.

Detentor do recorde de vitórias consecutivas neste desporto motorizado (10), o tricampeão mundial chega a Melbourne com nove triunfos seguidos, tendo assim a oportunidade de igualar uma marca que já é sua desde o Grande Prémio de Itália de 2023, sendo o principal favorito a subir ao mais alto degrau do pódio. A questão que se coloca é a mesma que se repete nos últimos dois anos: haverá alguém capaz de enfrentar Verstappen?

Circuito Albert Park (Formula 1)

Desde que os novos regulamentos entraram em vigor, 2022, Charles Leclerc em Ferrari venceu a edição desse ano, ao passo que em 2023, Verstappen ganhou ao converter a ‘pole’ position. Refira-se que Carlos Sainz deverá regressar à competição, depois de ter falhado o GP da Arábia Saudita devido a uma apendicite.

CARACTERÍSTICAS DO GRANDE PRÉMIO DA AUSTRÁLIA

Número de voltas: 58

Perímetro: 5.278 quilómetros

Distância: 306.124 quilómetros

Volta mais rápida: Sergio Pérez (Red Bull) em 2023 - 1.20,235 minuto

Vencedor de 2023: Max Verstappen (Red Bull)

Da Arábia Saudita para a cidade nos Antípodas, algumas diferenças podem ser apontadas, especialmente uma redução da média de velocidade, ainda assim, o circuito Albert Park apresenta algumas curvas de média/alta velocidade, contrastadas com as curvas 13/14 e 1/2.

HORÁRIOS DAS SESSÕES - GP DA AUSTRÁLIA

Sexta-feira, dia 22 de março:
Primeira sessão de treinos - 1.30 H
Segunda sessão de treinos - 5 H

Sábado, dia 23 de março:
Terceira sessão de treinos - 1.30 H
Qualificação - 5 H

Domingo, dia 24 de março:
Corrida - 4 H

Isto pode favorecer equipas como a McLaren, cujo carro é forte neste tipo de circuitos, e não tão bom para a Mercedes - que demonstrou dificuldades nas curvas de alta velocidade em Jeddah -, apesar do segundo lugar que Lewis Hamilton conseguiu em 2023. No país saudita, em contraste com o construtor alemão, a Ferrari mostrou que o SF-24 se dá bem em provas deste tipo, corrigindo uma das principais fraquezas do carro de 2023, e surge como a principal suspeita atacar os restantes lugares no pódio.

Qualificação vital em circuito de poucas ultrapassagens

Em 2022, as estradas do circuito foram repavimentadas de modo a ‘corrigir’ os solavancos da pista e várias curvas foram alargadas para dar mais espaço aos monolugares e assim permitir melhores lutas entre pilotos - especialmente na primeira curva -, uma vez que estes se queixavam da extrema dificuldade em conseguir ultrapassagens.

Apesar do alargamanto da primeira curva, a edição passada mostrou que continua a ser território fértil para contactos entre carros:

Ainda assim, no passado ano verificaram-se apenas 29 manobras deste tipo, menos cinco do que em 2022. Deste modo, a fase qualificação assume uma importância redobrada e a repavimentação do circuito tornou a evolução da pista – rasto de borracha dos pneus que melhora a aderência dos carros e assim melhorias de tempo – maior. Por outras palavras, quanto mais tarde os pilotos fizerem as voltas de qualificação, em teoria, mais rápidos serão.

Pirelli disponibiliza pneus mais macios

Em 2022, Alexander Albon terminou em 10.º depois de começar em 20.º e isso deveu-se à estratégia que a Williams empregou para o tailandês, que começou de pneus duros e só fez a paragem obrigatória na volta 57/58. Isto foi possível devido ao baixo desgaste que o alcatrão da prova provoca nos pneumáticos.

Assim, a Pirelli mudou os compostos que disponibilizou nas últimas duas edições sendo os de 2024 mais macios e cuja durabilidade é menor para forçar mais variedade nas estratégias das equipas. Desta forma, os pneus macios, médios e duros passam a ser o C3, C4 e C5, respetivamente, sendo o C5 o macio que existe.  

Isso pode alterar as estratégias que as equipas adotarão para a corrida de domingo. Em 2022, a fórmula vencedora baseou-se numa única paragem, com praticamente o ‘top-10’ inteiro a optar por jogo de pneus médio iniciais para depois adotar os mais rijos de forma a estender o período de tempo em pista. Em 2023, previa-se o mesmo, mas as três bandeiras vermelhas alteraram por completo as estratégias desenhadas.