Cânticos, família e novidades: Seleção Nacional recebida em apoteose

RÂGUEBI10.10.202323:31

Centenas de adeptos no Aeroporto Humberto Delgado. Presidente da federação anunciou várias novidades, entre elas a do novo selecionador já estar contratado

«Sou, de Portugal eu sou, e a todo o lado eu vou, para te ver ganhar». Foi ao som deste cântico que a Seleção de râguebi saiu, nesta noite de terça-feira, pela porta das chegadas do Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa.

A primeira vitória de sempre num Campeonato do Mundo e o 4.º lugar (6 pontos) no Grupo C levou perto de um milhar de adeptos ao aeroporto para esperar os lobos, os novos heróis de Portugal.

«Ter tantas pessoas atrás de nós é simplesmente brutal», disse Tomás Appleton. «Quando nos propusemos ir a este Mundial queríamos trazer novas pessoas e mostrar o que râguebi pode trazer para a vida dessas pessoas, ver aqui tanta gente, novas gerações, mostra o impacto disso mesmo», salientou o capitão dos lobos.

«Ter tantas pessoas atrás de nós é simplesmente brutal», afirmou o capitão Tomás Appleton

Sobre a prestação no Mundial de França e o futuro que espera esta Seleção, Appleton não tem dúvidas. «Portugal tem tanto talento, somos ambiciosos, não conseguimos mais uma vitória que era o que queríamos. A continuar este caminho podemos ambicionar mais», atirou. «O próximo Mundial começa já para a semana, temos uma reunião. E em 2027, se tudo correr bem, lá estarei», prometeu o capitão de Portugal.

«Com preparação, com equipa técnica, conseguimos jogar com qualquer equipa», assegurou, por seu turno, Carlos Amado da Silva, presidente da Federação Portuguesa de Râguebi. «Dêem-no condições para trabalhar e um Estádio Nacional para o râguebi», pediu. «O Estádio Nacional tem de ser transformado», suplicou. «Dêem-nos hipótese de trabalhar mais e vamos à Austrália e vamos ganhar um jogo na Austrália», avançou.

«Dêem-no condições para trabalhar e um Estádio Nacional para o râguebi», pediu o presidente da Federação Portuguesa de Râguebi, Carlos Amado da Silva

A saída de Patrice Lagisquet, o homem que levou os lobos ao França-2023, já tinha sido anunciada (antes da última partida, com Fiji), mas o novo nome ainda não foi revelado apesar de já contratado. «É francês», confirmou, «para facilitar a ponte com França onde jogam muitos portugueses», explicou.

«Fomos em crescendo a cada jogo do Mundial. Cada jogo foi uma aprendizagem», reconheceu Luís Pissarra, treinador adjunto. Em relação à geração de ouro que regressou de França, assume que tem uma «grande margem de progressão, é muito jovem, quer muito aprender e crescer. Se calhar exigir à World Rugby que nos dê jogos mais competitivos», deixou o recado.

Marcelo e Cristiano Ronaldo

A Seleção Nacional não deixou o país indiferente e prova disso é a receção prevista para amanhã no Palácio de Belém, informou Amado da Silva. Além da política, o futebol estenderá também o tapete aos lobos. «Vamos ser recebidos no Porto, na sexta-feira, durante o jogo da Seleção frente à Eslováquia», disse.

Abraços de família

Dezenas de crianças, namoradas, amigos, pais, irmãos, jogadores, simples adeptos e Tomaz Morais, ex-selecionador, deram cor e som às chegadas do Humberto Delgado. Entre cânticos e brincadeiras com a bola oval, Sofia e Marta seguravam dois bebés de colo. Sofia, mulher de Francisco Bruno, contava A BOLA que não foi a França e que o pilar da Seleção somente tinha visto o bebé (Caetano) na maternidade. «Depois arrancou para França, há dois meses», confessou. Marta, por sua vez, foi intermitente nas visitas ao capitão Tomás Appleton. «Faltei só o jogo com a Geórgia e a Benedita foi ver a partida de Nice», revelou.