Entrevista «Temos de ser inteligentes para não morrermos de sucesso»
Vestido à civil, já sem o equipamento com que comandou o andebol português a heroico sexto lugar no Campeonato da Europa, Paulo Pereira acedeu falar sobre a presença da Seleção Nacional já com o torneio pré-olímpico na mira.
No Humlegarden, um jardim junto ao hotel onde a comitiva portuguesa pernoitou na capital sueca, o selecionador recordou a surpresa que, na véspera, os atletas lhe reservavam no balneário.
«Foi um momento engraçado, porque no final do jogo, não estava a perceber porque estavam todos lá e pediram-me um discurso, a mim e a todos os elementos do staff. Todos falaram, rimo-nos, outros mal tentavam abrir a boca recebiam aplausos de imediato. É a união do grupo. Temos um conjunto de pessoas com caráter fácil. Esta união não é imposta, surge de forma implícita, sem que seja necessário dizê-lo», metaforizou o técnico de Amarante, feliz por ter quebrado o recorde da equipa em Europeus: um sétimo lugar na Croácia em 2000.
«Orgulho-me imenso de ser a pessoa que contribuiu para o melhor resultado de Portugal. Orgulho que seria o mesmo se conseguido por outros treinadores. Provavelmente este resultado vai abrir portas. Mas é preciso sermos inteligentes para não morrermos de sucesso», salientou.
Após ter expressado gratidão a toda a equipa antes ainda do jogo da véspera com a Alemanha, Paulo Pereira também admite gostar de ser reconhecido. «Fiz a minha parte. Uma das melhores coisas que podem existir em qualquer profissão é o reconhecimento dos outros, dos pares. Por norma só somos os melhores quando morremos, por isso é bom em vida termos o hábito de conhecer os esforços dos outros. Foi algo inacreditável, incluindo do senhor Presidente da República, que me ligou cinco vezes. Excecional», ressalvou o técnico.
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