Snooker Portugal e Albufeira na ‘pole position’ para voltarem a receber Europeus em outubro
Após o êxito dos Europeus de 2020, realizados nos Salgados em mês de março do pretérito ano - organização conjunta da European Billiards and Snooker Association e Federação Portuguesa de Bilhar -, Portugal e o concelho de Albufeira estão de novo, como A BOLA desde logo alertou, na ‘pole position’ para receber de novo a grande competição continental desta variante do bilhar, em princípio na primeira quinzena ou primeiras três semanas de outubro, assim a pandemia do Covid-19 o permita, confirmaram a A BOLA os responsáveis máximos da EBSA e FPB, Maxime Cassis e Ricardo Salgado, respetivamente.
A boa organização da prova do ano transato, – inscritos quase 450 atletas, de mais de 40 países, nos quatro Europeus (sub-18, sub-21, ‘Seis Vermelhas’ e Absolutos), número de competidores que, face ao espoletar da pandemia do Covid-19, se ficou pela metade na prova, inicialmente agendade de 7 a 22 de março mas que se concluiu a 19 de março de 2020, com o galês Andrew Pagett a bater o finlandês Heikki Niva por 5-2, final arbitrada pelo português e lacobriguense André Santos – foi decisiva.
«Está tudo bem encaminhado» para o regresso do maior torneio do velho continente para os aspirantes a profissionais – os campeões europeus sãp convidados para integrar o circuito profissional ao lado de Judd Trump, Selby, Ronnie e demais estrelas, ou têm convite para disputarem qualificações de provas do ‘main tour’ provas – a Portugal logo na edição seguinte, no corrente ano, admitiram ao nosso jornal Ricardo Salgado e Maxime Cassis.
Inicialmente agendados para março e para maio, os Europeus’2021 estão agora apontados para outubro. A reforçar a candidatura lusa a repetir a organização de 2020, Ricardo Salgado, presidente da FPB, foi cooptado no último sábado, dia 6 do corrente, na Assembleia Geral da EBSA, realizada online com delegados de 40 federações continentais – além dos convidados Jason Ferguson, presidente da World Professional Billiards and Snooker Association (WPBSA) e James Lacey, líder da International Billiards and Snooker Federation (IBSF) -, para vice-presidente da EBSA, cargo a ratificar por eleição em 2022.
«Uma honra, responsabilidade e confiança em Portugal. Foi-se estabelecendo uma relação de trabalho próxima entre as pessoas. Gostamos de receber e sabemos organizar, esperamos de novo estar à altura desse grande evento», disse-nos o novo ‘vice’ da associação europeia, com uma ressalva.
«Os Europeus eram para ser em maio, mas ninguém poderia prever esta terceira vaga tão intensa da pandemia, apontamos agora para outubro. Estimamos e desejamos contar com o apoio dos nossos habituais parceiros, a ESC Online, a Câmara Municipal de Albufeira, a BTravel, vós, A BOLA, as transmissões do EuroSport… e o Governo, entre outros, pois do orçamento da FPB, que fique bem claro, não entrou um tostão na organização dos Europeus’2020, e não entrará, se Deus quiser e assim o esperamos, nos Europeus deste 2021, que terão ainda maior participação, esperamos», complementou o responsável máximo do bilhar nacional e suas variantes, como é o snooker. Afinal, a organização dos Europeus’2020 rondou, segundo apurámos, cerca de 200 mil euros, e outro tanto deverá ser gasto na organização do evento em outubro, em Albufeira.
Ricardo Salgado revelou-nos que, além dos Europeus Absolutos, sub-21, sub-18 e de ‘Seis Vermelhas’, a EBSA decidiu juntar não em dois, como era hábito, mas num único torneio, todos os escalões. Assim, Portugal, e em concreto Albufeira irão receber não 4 provas nos Europeus, como sucedeu em 2020… mas sete torneios: aos supracitados acrescem Masters (mais de 43 anos), Femininos e Por Equipas. Portugal deverá contar com uma Seleção Nacional alargada, a rondar, tal como sucedeu em 2020, os 15 a 20 atletas.
«Todos os que estiveram nos Salgados em 2020 devem ser convidados», é a única revelação de Ricardo Salgado a este respeito, sem querer revelar ainda a pré-seleção. «Bom ‘feedback’ e de novo todo o apoio» obteve o presidente da FPB e ‘vice’ da EBSA da reunião, realizada em outubro, com o Governo, e em concreto com o secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo, para Portugal voltar a receber a organização da prova.
EBSA muda sede para Lisboa
Honra para Portugal é também a circunstância de a EBSA, muito por questões de facilidade funcional que se prendem com o ‘Brexit’ – praticamente metade dos praticantes aspirantes a juntarem-se a Neil Robertson, John Higgins, Neil Robertson e outros ases do pano verde são originários das ilhas britânicas, recorde-se - e que tinha a sua sede no País de Gales (Reino Unido), ter-se constituído como sociedade também em Portugal… e ir mudar a sede para Portugal, em concreto para Lisboa. Um processo que foi liderado por Ricardo Salgado.
«Aguardo o prometido apoio do Governo para nos disponibilizar um espaço condigno, mas é mais um indicador que honra Portugal e a sua paixão pelo snooker», disse a A BOLA. Para já, provisoriamente, enquanto não tem um espaço final destinado, a EBSA funciona na sede da própria FPB.
Contactado por A BOLA, o ‘chairman’ da EBSA, o francês Maxime Cassis, confirma a distinção do responsável máximo da FPB à elite da associação continental. «Ricardo Salgado é bom homem, gostamos muito de Portugal, trabalharam muito bem nos Europeus em 2020. Pode escrever que vamos voltar em breve, sim senhor». Falta saber o sítio em concreto: o local (unidade hoteleira com capacidade de alojamento enorme e salão com espaço para montar pelo menos 18 meses) ainda não está definido, exceto que será, imperiosamente, no concelho de Albufeira. Mas vários foram já vistoriados…
«Cooptámos Ricardo Salgado para a nova posição de vice-presidente, passámos a direção de quatro para cinco elementos, com John Terry como tesoureiro e Simon Smith como secretário-geral a manterem-se, e a entrar também de novo Wiktoria Jedrjuzek como vogal», disse o francês, um «eterno apaixonado por Portugal», a A BOLA.
Refira-se que o trio de árbitros portugueses composto por André Santos, João Correia Leão (ambos de Classe 2) e Miguel Santos (Classe 3) deverá, também, sem surpresa, ser chamado a dirigir encontros do torneio, e que os principais jogadores nacionais – Tiago Teixeira, Tiago Silva, João Grilo, João Roque, Diogo Badalo, Nuno Miguel Santos, entre tantos outros – deverão ter, de novo, a chance de participar nuns Europeus, como sucedeu em 2020. Falta fixar as datas definitivas e eleger a unidade hoteleira palco de eleição, além da oficialização. Mas o processo está em andamento. Se sem restrições de público ou não, a evolução da pandemia ditará, mas Portugal já burila detalhes para, depois de 2020, receber e organizar a contento também o Euro-2021.