FC Porto: motor nórdico não gripa e é caso único do meio-campo para a frente
Com praticamente metade da época desportiva decorrida, as imagens de Victor Froholdt em sprint, a pressionar os adversários em cima do minuto 90, já só surpreendem os mais desatentos. Aconteceu na segunda-feira, na vitória do FC Porto sobre o Estrela da Amadora (3-1), num cenário que já se tinha verificado nos dois desafios anteriores, ante Tondela e Malmo.
E o que é que os três encontros tiveram em comum para o médio dinamarquês, além da energia (aparentemente) inesgotável? O número de minutos somados pelo camisola 8 dos dragões. O jovem nórdico, de 19 anos, atuou 90 minutos em cada uma das últimas três partidas da equipa de Francesco Farioli, convertendo-se no único jogador com semelhante registo — 270' no total — do meio-campo para a frente.
De Alan Varela a Rodrigo Mora, Borja Sainz, Pepê ou Samu, todos foram substituídos em algum momento dos últimos três jogos. A exceção foi Froholdt, nesta altura o jogador de campo mais utilizado do plantel portista, com um acumulado de 1712' em 21 partidas. Com mais minutos só mesmo o capitão e dono da baliza, Diogo Costa (1800'). Dados que vêm dar razão a Farioli, que, após a vitória sobre o Malmo, na última quinta-feira, foi taxativo em relação à gestão do centrocampista contratado ao Copenhaga, no último verão. «É um jovem, pode bem com este ritmo de jogo», afirmou o treinador italiano.
Depois de um arranque de temporada em alta cilindrada, Froholdt deu, efetivamente, alguns sinais de abrandamento — naturais em qualquer jogador, ainda mais num tão jovem —, que coincidiram com exibições menos pressionantes dos azuis e brancos. Certo é que, nas últimas semanas, recuperou o nível a que habituou os adeptos no FC Porto no arranque de 2024/25, algo que também se tem refletido na capacidade demonstrada pela equipa para asfixiar os adversários.
Em termos individuais, de resto, as estatísticas de Froholdt frente aos tricolores impressionam. Do lado azul e branco, o internacional dinamarquês foi o jogador que mais duelos ganhou (12), realizando, ainda, seis desarmes. A juntar a isto, foi o terceiro jogador em campo com mais toques no interior da grande área adversária (5), superado por Samu (naturalmente) e Rodrigo Mora. A verdadeira definição de um box-to-box refletida nos números, que ilustra, em simultâneo, as melhorias de Victor na hora de penetrar na grande área, algo que Farioli também enalteceu recentemente. «Tem chegado mais à área, o timing de entrada dele tem sido bom», detalhou o homem do leme azul e branco.
Esta quinta-feira, há novo compromisso no Dragão, frente ao Famalicão, nos oitavos de final da Taça de Portugal. É de esperar que o treinador do FC Porto promova algumas mudanças no onze inicial, mas, atendendo ao grau de dificuldade do encontro e caráter decisivo do mesmo, não é líquido que Victor Froholdt seja incluído no rol de mudanças. O médio é, de facto, o motor da equipa, pelo que Farioli poderá não querer abdicar da sua influência na receção aos minhotos. Pablo Rosario, Eustáquio e Gabri Veiga são candidatos à titularidade, mas poderão ter de bater a outras portas...