Campeão olímpico desabafa: «Era um viciado em cocaína»
Bradley Wiggins, campeão do Tour de França em 2012, abriu o coração sobre os vícios que o acompanharam ao longo da vida, até 2024. Na biografia intitulada A corrente, o ciclista partilhou detalhes sobre traumas de infância que influenciaram uma carreira que terminou em 2016 e o ciclo negativo que se seguiu: «Houve uma altura em que o meu filho pensava que eu ia ser encontrado morto de manhã.»
«Eu era um viciado em funcionamento. As pessoas não sabiam. Estive sob o efeito de drogas durante muito tempo. Fiz doses enormes de cocaína. Tinha um problema mesmo grande» admitiu Wiggins, campeão olímpico por cinco ocasiões, em Atenas (2004), Pequim (2008), Londres (2012) e Rio de Janeiro (2016).
O antigo ciclista britânico admite que é um «sortudo» por estar vivo e que foi «vítima de más escolhas» durante muitos anos. «Não meio-termo sobre mim, não posso apenas beber um copo de vinho. Se o fizer vou comprar drogas. O meu vício estava a suavisar a dor com que vivia» explicou Wiggins.
O antigo ciclista salientou a ajuda preciosa de Lance Armstrong na reabilitação. O antigo heptacampeão do Tour de França, manteve contacto permanente com o filho Ben Wiggins, quando este não sabia do paradeiro do pai: «Eles não sabiam de mim durante dias. Ao não falar sobre isso estava a viver uma mentira. Tinha muito ódio por mim próprio, mas foi crescendo. Foi uma forma de auto-mutilação e autossabotagem.»
Após várias alegações sobre um eventual utilização de doping, em 2016, Bradley Wiggins acabou no olho do furacão quando os registos médicos foram revelados e levantaram dúvidas sobre um eventual abuso de substâncias banidas permitidas para atletas com determinadas condições médicas.
Ao longo da carreira, Wiggins pôde utilizar seis substâncias banidas para tratar asma.